
Numa reviravolta que desafia as estatísticas nacionais, as mulheres da Santa Casa de Misericórdia de Maceió estão dando um show quando o assunto é remuneração. Dados recentes mostram que elas não só igualaram, como ultrapassaram — e olha que não foi por pouco — os salários dos homens na instituição.
Enquanto no Brasil as mulheres ainda ganham cerca de 20% menos (segundo o IBGE), na Santa Casa alagoana a história é outra. "Aqui, elas levam a melhor em 8% dos cargos administrativos e 15% nas áreas técnicas", comenta um gestor que preferiu não se identificar. Coisa fina!
Detalhes que fazem diferença
O que explica essa inversão? Três fatores se destacam:
- Qualificação: 62% das funcionárias têm pós-graduação contra 58% dos homens
- Tempo de casa: Média de 7 anos (elas) vs 5 anos (eles)
- Participação em cargos de liderança: 40% ocupados por mulheres
"Isso aqui não é milagre, é mérito", dispara Maria das Graças, auxiliar de enfermagem há 11 anos. "A gente rala, estuda à noite, e quando vê, tá lá na frente."
Efeito dominó positivo
O caso da Santa Casa já está virando referência. Sabe aquele papo de que "lugar de mulher é onde ela quiser"? Pois é, em Maceió isso saiu do discurso e virou realidade palpável — com contracheque para provar.
Psicólogos organizacionais apontam que o ambiente ficou mais colaborativo. "Quando você valoriza competência, independente de gênero, todo mundo ganha", analisa o especialista em RH Carlos Pontes.
E olha que a instituição nem fez campanha específica para isso. Foi natural, orgânico, como deve ser. Quem diria que um hospital centenário daria aula de modernidade em gestão de pessoas?