
Imagine acordar e descobrir que seu rosto está literalmente morrendo. Foi exatamente isso que aconteceu com uma modelo de 22 anos em Balneário Camboriú, que preferiu não se identificar publicamente — e quem pode culpá-la, né?
O pesadelo começou em agosto, numa clínica de estética que prometia milagres. Um simples preenchimento facial, algo que milhares fazem todo mês sem pensar duas vezes. Só que desta vez deu terrivelmente errado.
O início do pesadelo
Ela conta que, logo após a aplicação, sentiu uma dor insuportável. "Parecia que meu rosto estava pegando fogo por dentro", descreve a jovem, ainda visivelmente abalada. Nos dias seguintes, a situação só piorou: inchaço absurdo, manchas escuras aparecendo na pele — o aviso sinistro de que o tecido estava necrosando.
Necrose. A palavra soa como um filme de terror, mas era a nova realidade dela. O tecido do rosto estava literalmente morrendo, e rápido.
Ação rápida da vigilância
Quando a Vigilância Sanitária soube do caso, agiu rápido — coisa rara, temos que admitir. A tal clínica, localizada num ponto nobre da cidade, foi interditada na mesma hora. E não era a primeira vez que problemas apareciam por lá.
"Encontramos várias irregularidades", conta um fiscal que preferiu não se identificar. "Desde questões de higiene até problemas com a qualificação de quem aplicava os procedimentos."
O que deu errado?
Especialistas que acompanham o caso suspeitam de algumas possibilidades — e nenhuma delas é bonita:
- O produto injetado pode ter sido de qualidade duvidosa
- Quem aplicou talvez não tivesse treinamento adequado
- Pode ter havido injeção acidental numa artéria
- Protocolos de emergência não foram seguidos
O pior? A modelo ainda enfrenta tratamento. São sessões dolorosas de desbridamento — remoção do tecido morto — e a incerteza sobre como seu rosto vai ficar depois de tudo isso.
E agora?
A clínica, claro, se defende. Diz que segue todos os protocolos e que o caso é "isolado". Mas a vigilância encontrou tantas irregularidades que a interdição foi mantida. E não vai ser fácil reabrir.
Enquanto isso, a modelo tenta reconstruir não só o rosto, mas a vida. "Pensei que estava fazendo algo rotineiro, para me sentir melhor", diz, com a voz embargada. "Agora luto para recuperar o básico."
O caso serve de alerta para quem busca procedimentos estéticos. Porque às vezes o preço da beleza pode ser mais alto — muito mais alto — do que imaginamos.