Num cantão do Triângulo Mineiro, uma revolução silenciosa está remodelando corpos – e orçamentos. Uberlândia, carinhosamente apelidada de "capital das plásticas", oferece procedimentos estéticos por valores que fazem até os mais desconfiados coçarem o queixo.
O fenômeno dos preços imbatíveis
Enquanto em São Paulo uma mamoplastia pode custar o equivalente a um carro popular, aqui os valores chegam a ser 60% menores. Não é milagre, mas uma equação complexa que envolve:
- Custo de vida regional significativamente menor
- Concentração incomum de profissionais qualificados
- Estratégias comerciais agressivas de clínicas especializadas
Qualidade ou risco?
"É como comprar um iPhone na loja oficial ou numa importadora", brinca Dr. Renato Mendes, cirurgião com 15 anos de experiência na cidade. Ele explica que muitos colegas mantêm consultórios em capitais, mas operam em Uberlândia para aproveitar a infraestrutura mais barata.
Mas atenção: nem tudo são flores. Especialistas alertam para a importância de verificar:
- Credenciais do profissional (CRM ativo e especialização comprovada)
- Estrutura da clínica (deve ter certificação da ANVISA)
- Pós-operatório (incluído no pacote ou cobrado à parte?)
O lado B da moeda
Enquanto pacientes comemoram a economia, a concorrência feroz gera polêmicas. Algumas clínicas estariam cortando cantos – literalmente – para manter preços baixos. "Já vi casos de anestesistas atendendo em três salas simultâneas", denuncia uma enfermeira que preferiu não se identificar.
Por outro lado, a prefeitura comemora: o turismo médico já responde por 12% da economia local. Hotéis oferecem "pacotes beleza" com transporte e acompanhante incluso. Até o aeroporto registrou aumento de 23% nos voos domésticos no último ano.
E você? Arriscaria uma plástica em troca de uma economia gorda? A resposta, como tudo na vida, não é preto no branco – mas sim vários tons de rosa cirúrgico.
