Quem nunca soltou aquele "crack" satisfatório ao estalar os dedos? Seja por nervosismo, tédio ou puro vício, esse hábito é mais comum do que se imagina. Mas será que ele realmente faz mal?
Durante décadas, mães e avós alertavam: "Para com isso, menino, vai ficar com artrite!" Mas a ciência — aquela que adora desmontar mitos — resolveu investigar a fundo essa questão que tira o sono de tantos "estaladores" profissionais.
O estudo que virou o jogo
Um médico californiano, Donald Unger, levou essa dúvida tão a sério que decidiu fazer um autoexperimento radical. Durante nada menos que 60 anos (sim, você leu certo!), ele estalou apenas os dedos da mão esquerda — a direita ficou intacta como grupo de controle.
O resultado? Nenhuma diferença entre as articulações! O doutor até ganhou um prêmio Ig Nobel (aquele que faz você rir e depois pensar) por essa pesquisa peculiar.
Mas então por que dói às vezes?
Ah, essa é boa! O barulho característico vem do colapso de bolhas de gás no líquido sinovial — um lubrificante natural das juntas. Quando você puxa o dedo, cria-se uma pressão negativa nesse fluido, formando bolhas que estouram com o estrondo que conhecemos.
Mas atenção: se vier acompanhado de dor, inchaço ou limitação de movimento, aí o buraco é mais embaixo. Pode ser sinal de lesão ou inflamação, e nesse caso, melhor procurar um especialista.
E os outros estudos?
Pesquisas mais recentes, como uma publicada no Journal of the American Board of Family Medicine, analisaram 215 pessoas entre 50 e 89 anos. Adivinha? Nenhuma ligação entre estalar dedos e artrite foi encontrada — nem mesmo quem fazia isso várias vezes ao dia durante décadas.
Porém — sempre tem um porém — alguns especialistas alertam que o hábito em excesso pode, sim, causar pequenos danos nos tecidos moles ao redor da articulação. Nada catastrófico, mas suficiente para deixar a mão meio "estranha" temporariamente.
E agora, pode ou não pode?
Se você é daqueles que vive numa sinfonia de estalos, respire aliviado. A ciência diz que, no geral, o hábito é inofensivo. Mas convenhamos: fazer isso em público ainda pode render olhares tortos — e ninguém precisa de mais julgamentos na vida, não é mesmo?
No fim das contas, como dizem por aí: "Se não dói, não estraga". Mas se seu vício de estalar virar uma mania compulsiva, talvez valha a pena refletir sobre o que realmente está por trás desse hábito. Afinal, o corpo fala — mesmo quando é através de pequenos estalidos.
