
Imagine um simples arranhão que vira um pesadelo. Para quem convive com diabetes, essa é uma realidade frequente — a pele fica mais frágil, seca e propensa a infecções. Mas eis que surge uma luz no fim do túnel, vinda diretamente dos laboratórios de Minas Gerais.
Uma fórmula que promete virar o jogo
Pesquisadores da UFLA (Universidade Federal de Lavras) passaram anos debruçados sobre microscópios e tubos de ensaio. O resultado? Um creme que não é só mais um hidratante qualquer. "Desenvolvemos uma combinação única de ativos", explica a dermatologista Dra. Luísa Mendonça, que participou do projeto.
O diferencial está na composição:
- Ácido hialurônico de baixo peso molecular
- Extratos vegetais com ação anti-inflamatória
- Uma "cápsula" de liberação prolongada de nutrientes
Não é mágica, é ciência — mas pra quem sofre com rachaduras e feridas que não cicatrizam, deve parecer coisa de outro mundo.
O longo caminho até a farmácia
Os testes clínicos, realizados com 200 voluntários, mostraram resultados animadores: redução de 60% nas fissuras e melhora significativa na elasticidade da pele. Mas calma lá, não dá pra correr pra farmácia ainda.
"Estamos na fase final de documentação para a Anvisa", comenta o pesquisador Carlos Albuquerque, com um misto de ansiedade e cautela. "Se tudo der certo, em 18 meses o produto estará disponível."
Enquanto isso, os pacientes seguem improvisando — usando cremes genéricos que, na melhor das hipóteses, aliviam, mas não tratam o problema na raiz.
Por que isso é tão importante?
O Brasil tem mais de 16 milhões de diabéticos. Desses, cerca de 70% desenvolvem complicações dermatológicas. "Muitas amputações começam com uma simples ferida mal cuidada", alerta a endocrinologista Dra. Fernanda Costa.
O novo creme pode ser a diferença entre uma vida normal e uma cadeira de rodas. Dramático? Sim. Mas é a pura verdade.
Enquanto a burocracia segue seu curso, os mineiros torcem — e os pacientes esperam. Afinal, na pele deles, cada dia conta.