Uma paciente de 45 anos faleceu após sofrer uma parada cardiorrespiratória na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, na última sexta-feira, 19 de abril. O caso, que está sob investigação da Polícia Civil, expôs graves falhas na comunicação, já que tanto a vítima quanto seu marido possuem deficiência auditiva.
Falha na comunicação durante atendimento de emergência
A vítima foi identificada como Arinalva Maria da Silva Soares. Ela deu entrada na unidade de saúde em estado grave, acompanhada pelo marido, apresentando fortes dores e dificuldade para respirar. Conforme apurações policiais, houve sérias dificuldades de comunicação entre a equipe médica e o casal, o que gerou um desentendimento no local.
O delegado responsável pelo caso, Rogério Gomes, relatou que o marido da paciente demonstrou insatisfação com o atendimento. "Ele manifestou o desejo de levar a esposa para outra unidade de saúde, alegando não estar sendo compreendido pela equipe", informou o delegado. Apesar da confusão, diante do quadro clínico grave de Arinalva, a equipe médica decidiu pela internação.
Queda e parada cardíaca fatal
Durante a confusão gerada pelo desentendimento, a paciente caiu no chão e, em seguida, sofreu uma parada cardiorrespiratória. A equipe especializada do pronto-socorro realizou tentativas de reanimação, mas os esforços não foram suficientes. Arinalva não resistiu e foi declarada morta no local.
O marido da vítima prestou depoimento à Polícia Civil com o auxílio de um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras). De acordo com o delegado Rogério Gomes, foi somente durante o depoimento que o homem foi informado oficialmente sobre o falecimento da esposa.
Investigação em andamento e posicionamento das autoridades
A Polícia Civil ouviu testemunhas e analisa as circunstâncias da morte. Até o momento, não há indícios de agressão física contra a vítima. O delegado afirmou que, a princípio, o caso não é tratado como feminicídio. Após prestar todos os esclarecimentos, o marido de Arinalva foi liberado.
A Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá emitiu uma nota informando que a coordenação da UPA acompanhou a situação de forma direta e está à disposição para colaborar com as investigações. O caso segue sob a responsabilidade da Polícia Civil, que deve apurar todos os detalhes, incluindo o protocolo de atendimento a pessoas com deficiência na unidade de saúde.