
O silêncio que fala mais alto. É assim que Schynaider Moura descreve os dias desde que sua vida virou de cabeça para baixo. A modelo e influenciadora digital, conhecida por seu sorriso fácil e energia contagiante, agora enfrenta uma realidade que nenhuma mãe deveria conhecer.
Anne Marie Garnero — apenas dois anos de pureza e descobertas — partiu de forma abrupta num daqueles acidentes domésticos que parecem pesadelos distantes até acontecerem na nossa sala de estar. E aconteceu. No último sábado, 27 de setembro, a pequena se afogou na piscina da residência da família, em Teresina.
O dia em que o mundo parou
"A dor é incomparável," confessa Schynaider, com aquela voz que parece carregar o peso do mundo. Ela fala pausadamente, escolhendo cada palavra como quem mexe numa ferida ainda fresca. "Não existe palavra no dicionário capaz de descrever o que sinto."
O corpo de Anne Marie foi velado no Parque da Ressurreição, na capital piauiense, num daqueles rituais fúnebres onde as flores parecem murchar mais rápido e o choro ecoa como uma melodia triste e familiar. O enterro aconteceu no domingo, no Cemitério Parque Jardim, cercado por amigos e familiares que tentavam — em vão — encontrar algum conforto na despedida.
Das redes sociais ao silêncio
Quem acompanha Schynaider nas redes sociais percebeu a mudança brusca. De posts vibrantes sobre maternidade e moda para um vazio que dizia mais que mil palavras. Só nesta segunda-feira, 29, ela resolveu romper o silêncio — não por obrigação, mas por necessidade genuína de compartilhar sua jornada.
"Estou aqui, tentando encontrar forças onde parece não haver mais nenhuma," escreveu ela, numa mensagem que misturava vulnerabilidade e resiliência. "Cada minuto é uma batalha, cada lembrança uma facada no peito — mas também um tesouro que carrego comigo."
O legado de Anne Marie
O que fica depois do adeus? Schynaider reflete sobre isso com uma sabedoria dolorosa. "Ela me ensinou mais em dois anos do que eu aprendi em toda minha vida," compartilha. "Sobre amor incondicional, sobre a beleza nas pequenas coisas, sobre viver cada momento como se fosse o último."
A modelo — que também é empresária no ramo da estética — agora enfrenta o desafio de reconstruir uma vida que faz sentido sem a presença física da filha. Não é sobre esquecer, ela deixa claro, mas sobre aprender a carregar a saudade de uma forma que não impeça de viver.
Um alerta silencioso
Entre as linhas de sua dor, há um recado importante — talvez o mais crucial de todos. Schynaider não detalha o acidente, mas sua história serve como lembrete brutal sobre a vigilância constante que a maternidade exige. Piscinas, escadas, tomadas — o perigo mora na aparente normalidade do dia a dia.
"A vida é um sopro," ela filosofa, com a autoridade de quem aprendeu essa lição da maneira mais dura possível. "E às vezes esquecemos como tudo pode mudar num piscar de olhos."
Enquanto navega por esse luto que — ela sabe — nunca vai embora completamente, Schynaider encontra consolo nas mensagens de apoio e nas lembranças vívidas dos sorrisos de Anne Marie. "Ela era pura luz," finaliza, com uma mistura de tristeza e gratidão que só quem amou profundamente consegue entender. "E essa luz continua acesa em mim."