
Quatro anos. Quatro longos anos de um silêncio que dói na alma. É assim que a família de João Victor Silva descreve a ausência do jovem que simplesmente sumiu do mapa em Itapeva, no interior paulista, no distante 29 de setembro de 2021.
O rapaz — que na época tinha seus 28 anos — saiu de casa como qualquer outro dia. Só que esse "qualquer outro dia" se transformou numa eternidade de angústia. Quem nunca saiu pra dar uma volta e voltou horas depois? Pois é, mas o João Victor não voltou. E cá estamos, 1.460 dias depois, ainda sem respostas.
O último rastro
O que se sabe — ou melhor, o pouco que se sabe — é que ele foi visto pela última vez no Jardim Santa Terezinha, em Itapeva. A Polícia Civil abriu um inquérito, claro. Investigou durante meses. Mas, convenhamos, depois de tanto tempo, as pistas esfriam mais que café esquecido na mesa.
"A gente vive num limbo", desabafa um familiar, com aquela voz embargada que só quem espera entende. "É como se o tempo tivesse parado naquele dia."
Retrato da saudade
João Victor é moreno, tem cabelos castanhos, olhos na mesma tonalidade e — detalhe importante — uma cicatriz no queixo. Naquela tarde de setembro, vestia uma camiseta preta e calça jeans. Parece pouco, mas pra família, cada detalhe é uma peça desse quebra-cabeça doloroso.
E sabe o que é pior? A falta de closure, como dizem por aí. Sem corpo, sem notícias, sem nada. É uma agonia que não tem prazo de validade.
O apelo que não cala
Enquanto isso, em Itapetininga, a família não desiste. Como desistir de alguém que amamos? Eles seguem vasculhando redes sociais, fazendo contatos, distribuindo panfletos — tudo na esperança de que alguém, em algum lugar, tenha uma informação que nunca parece chegar.
"Qualquer detalhe, por menor que pareça, pode ser a peça que falta", insistem. "Às vezes a pessoa tem medo de se envolver, mas não imagina o que um simples telefonema pode significar pra uma família desesperada."
A delegacia de Itapeva continua com o caso aberto — pelo menos no papel. O número (15) 3526-3988 segue ativo para quem quiser — ou tiver coragem — de quebrar esse silêncio que já dura 48 meses.
Quatro anos é tempo demais pra não saber se um filho, um irmão, um amigo está vivo ou morto. E enquanto houver esperança — aquela teimosa, insistente, que teima em não morrer — a busca continua. Sempre.