 
Em uma cena que se repete semanalmente nas lojas de enxovais da Zona Norte de São Paulo, grávidas enfrentam uma concorrência inesperada: mães de "bebês reborn", bonecas tão realistas que chegam a confundir até mesmo profissionais de saúde.
O fenômeno ganhou proporções tão grandes que formam-se filas antes da abertura do comércio, e quem chega atrasado corre o risco de encontrar as prateleiras vazias. As peças mais cobiçadas são bodies, macacões e conjuntos de até 3 meses, justamente o tamanho perfeito para as bonecas que simulam recém-nascidos.
O que são os "bebês reborn"?
Estas não são bonecas comuns. Os "reborns" são obras de arte hiper-realistas, esculpidas manualmente em vinil e silicone, com preços que podem ultrapassar R$ 5 mil. Muitas colecionadoras tratam as bonecas como filhos reais, organizando até mesmo "chás de bebê" e sessões fotográficas.
Impacto no comércio local
Lojistas da região relatam que as vendas para esse público cresceram 40% nos últimos meses. "Elas compram tudo igual às grávidas: body, macacão, manta, sapatinho. Às vezes, até em maior quantidade", conta uma vendedora que preferiu não se identificar.
Algumas gestantes têm se mostrado frustradas com a situação. "É complicado porque você está montando o enxoval do seu filho e encontra prateleiras vazias por causa de bonecas", desabafa uma mulher grávida de 6 meses.
Fenômeno de colecionismo
As colecionadoras formam uma comunidade ativa nas redes sociais, onde trocam dicas de onde encontrar as melhores peças e organizam encontros. Para muitas, os "reborns" representam uma forma de terapia ou a realização do desejo de maternidade.
Enquanto isso, as lojas se adaptam à nova demanda, equilibrando o atendimento entre dois públicos tão diferentes, mas igualmente apaixonados pelas roupinhas que vestirão seus "bebês".
 
 
 
 
