
Quem disse que família é só aquela que compartilha o mesmo DNA? Na Bahia — e no mundo todo —, existem laços que se tecem com fios mais fortes que o sangue: os do amor que escolhe, acolhe e transforma.
Imagine uma criança esperando anos por um abraço que nunca vem. Agora pense numa casa que ganha vida com risadas onde antes só havia silêncio. Não é mágica, é adoção — e essas histórias? Bem, elas são o tipo de conto de fadas que acontece de verdade.
Vidas que se encontram (e se reinventam)
Dona Maria, 62 anos, achava que sua fase de "mãe" tinha acabado — até conhecer Lucas, 8, em um abrigo. "Ele me chamou de 'vó' no primeiro dia. Meu coração simplesmente entendeu", conta, enquanto o menino — agora seu neto por adoção — mostra orgulhoso o desenho da "família perfeita" feito na escola. Spoiler: tem cachorro, pipa e sorvete no papel.
Do outro lado da cidade, o casal João e Rafael comemora 3 anos da chegada de Sofia: "Ela chegou assustada, sem falar. Hoje discute qual desenho vamos assistir — e sempre vence". A psicóloga Andréa Lima explica: "Adoção não é caridade. É um encontro onde todos se reconstroem".
Os números por trás das histórias
- Na Bahia, 1.200 crianças aguardam adoção
- 70% têm acima de 8 anos — a idade onde a espera se alonga
- O processo leva em média 2 anos, mas pode ser acelerado para grupos de irmãos ou crianças com deficiência
E aqui vai um segredo que ninguém conta: muitas vezes, são os adultos que são "adotados" pelas crianças. Como Carlos, 45, que jurou que queria um bebê — até conhecer Marcos, 15, seu "filho do coração" que hoje o ensina a usar TikTok.
Desfazendo mitos (com fatos e emoção)
"Adoção é só para casais heterossexuais jovens" — Mentira! Solteiros, idosos e LGBTQIA+ também podem adotar. O importante? Amor e condições reais de cuidado.
"Crianças maiores vêm com 'problemas'" — Outra bobagem. Traumas existem, mas com paciência e terapia, a cura vem. E olha só: adolescentes adotados? Costumam surpreender pela profundidade dos vínculos que criam.
Ficou com vontade de saber mais? Os grupos de apoio na Bahia estão cheios de histórias — e de gente disposta a explicar cada passo do processo. Porque no fim, como diz a assistente social Rita: "Família é onde o coração para de doer".