Piauí registra mais de 800 crianças sem nome do pai em 2025 — número assustador chega a 22 mil em uma década
Piauí: 22 mil crianças sem nome do pai em registros civis

O Piauí virou notícia por um motivo que, infelizmente, não é novidade — mas os números atualizados dão um nó no estômago. Só em 2025, mais de 800 crianças foram registradas sem o nome do pai na certidão de nascimento. Parece pouco? Espere até ver o acumulado: 22 mil casos assim em dez anos. É como se uma cidade inteira de crianças crescesse sem esse direito básico.

Os cartórios do estado — aqueles lugares que deveriam ser sinônimo de organização — estão virando arquivos de histórias pela metade. E olha que a lei até permite o registro sem o pai, mas será que alguém explica pra essas crianças o porquê do espaço vazio no documento?

O retrato de um problema que ninguém quer ver

Detalhe cruel: muitos desses registros "incompletos" vêm de mães solo que enfrentam filas intermináveis e, pior, a falta de apoio. "É humilhante", confessou uma delas, que preferiu não se identificar. Enquanto isso, alguns pais — pasmem — até reconhecem a paternidade, mas somem antes de colocar a firma no papel.

  • 22.000 — não é código de área, é o número de crianças nessa situação desde 2015
  • 47% dos registros sem pai vêm de famílias abaixo da linha da pobreza
  • 3x mais chances dessas crianças terem problemas escolares, segundo estudos

Juridicamente, o pai pode ser incluído depois — mas a burocracia parece feita pra desanimar. Precisa de ação judicial, teste de DNA (caríssimo, diga-se) e um processo que pode levar anos. Enquanto a Justiça anda a passos de tartaruga, a vida dessas crianças não espera.

E as políticas públicas?

O governo estadual jura que está "trabalhando na questão" — sempre essa frase, não? — com campanhas de conscientização. Mas os números gritam que não tá adiantando. Especialistas cobram medidas urgentes:

  1. Ampliação do acesso a testes de DNA gratuitos
  2. Orientação jurídica nas maternidades
  3. Programas de busca ativa desses pais "fantasmas"

No fim, o que esses registros mostram não é só falta de nome — é falta de responsabilidade, de apoio e, principalmente, de vergonha na cara. O Piauí merecia um título melhor que esse.