
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) acaba de dar um importante passo na luta contra as doenças cardiovasculares. Em anúncio realizado nesta quinta-feira (17), a entidade reduziu significativamente a meta de tolerância para o colesterol LDL, popularmente conhecido como colesterol ruim.
Mudança que salva vidas
As novas diretrizes representam um marco na cardiologia preventiva. Pacientes de alto risco, como aqueles que já sofreram infarto, AVC ou têm diabetes, agora devem manter o LDL abaixo de 50 mg/dL - uma redução considerável em relação ao limite anterior de 70 mg/dL.
Para pessoas com risco muito alto, a recomendação é ainda mais rigorosa: LDL abaixo de 40 mg/dL. Essas mudanças refletem os mais recentes estudos científicos que comprovam que níveis mais baixos de colesterol ruim significam menor chance de eventos cardiovasculares.
Por que essa mudança é crucial?
O colesterol LDL é um dos principais vilões da saúde arterial. Quando em excesso, ele se acumula nas paredes das artérias, formando placas que podem obstruir o fluxo sanguíneo e levar a:
- Infarto agudo do miocárdio
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Angina e outros problemas circulatórios
O cardiologista José Francisco Kerr Saraiva, presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, explica: "Quanto mais baixo o LDL, melhor. As evidências mostram que não existe nível seguro, existe nível controlado. Quanto menor, menor o risco".
O impacto na prática clínica
Essa atualização vai exigir mudanças significativas no acompanhamento de milhões de brasileiros. Muitos pacientes que antes estavam dentro da meta agora precisarão ajustar seus tratamentos, que podem incluir:
- Revisão de medicações
- Intensificação de mudanças no estilo de vida
- Acompanhamento mais frequente
- Possível associação de diferentes terapias
Prevenção em primeiro lugar
As novas diretrizes reforçam que a prevenção deve começar cedo. A SBC recomenda que todos os adultos verifiquem seus níveis de colesterol regularmente, mesmo sem sintomas aparentes.
Alimentação balanceada, prática regular de exercícios e controle do peso continuam sendo pilares fundamentais para manter o colesterol sob controle. Em muitos casos, porém, apenas mudanças no estilo de vida não são suficientes, sendo necessário o uso de medicações específicas.
Esta atualização coloca o Brasil na vanguarda da cardiologia preventiva mundial, seguindo tendências internacionais de controle cada vez mais rigoroso dos fatores de risco cardiovascular. Uma demonstração clara de que, quando se trata de saúde do coração, todo cuidado é pouco.