204 casais celebram casamento coletivo gratuito em Feira de Santana
Casamento coletivo une 204 casais em Feira de Santana

A cidade de Feira de Santana, segunda maior da Bahia, foi palco de uma emocionante celebração de amor nesta quinta-feira (27). 204 casais oficializaram suas uniões durante a 24ª edição do Casamento Coletivo, evento que transformou o salão de eventos em um espaço de festa e emoção.

Número de participantes dobrou em relação a 2023

O sucesso da iniciativa foi evidente pelo expressivo crescimento no número de participantes. Em 2024, foram 204 uniões, enquanto no ano anterior o evento havia registrado 104 casamentos. A ação é organizada anualmente pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedeso) em parceria com a prefeitura municipal.

O objetivo principal do casamento coletivo é promover cidadania, fortalecer vínculos familiares e garantir o acesso ao casamento civil de forma gratuita para a população. Desta vez, o evento atraiu não apenas moradores de Feira de Santana, mas também casais dos distritos de Bonfim de Feira, Humildes, Ipuaçu, Jaguara, Jaíba, Matinha, Maria Quitéria e Tiquaruçu.

Sonhos realizados após décadas de espera

Minutos antes do início da cerimônia, o clima já era de grande expectativa. No espaço reservado para fotos, casais e familiares registravam cada momento especial. Na ala das noivas, a ansiedade era palpable, com muitas mulheres aguardando anos por aquele dia.

Potira Lima compartilhou sua história emocionante com a equipe da TV Subaé, afiliada da Rede Bahia. Ela revelou que esperou quase três décadas pelo grande momento. "Tenho 28 anos esperando esse momento e está sendo uma experiência única, um sonho realizado. Hoje significa dizer sim pra felicidade, a certeza e oficializar a união diante de Deus e dos homens", declarou a noiva.

Jordeane Farias também celebrou a conquista após seis anos de espera. Muito emocionada, contou que finalmente pôde se casar com o pai de sua filha de 3 anos.

Diversidade religiosa marca a cerimônia

Do outro lado do salão, os noivos se preparavam ao lado dos padrinhos. Albert Nere descreveu estar vivendo um dos momentos mais marcantes de sua vida. "Estou há um mês esperando por esse momento. É uma grande satisfação estar em um evento tão maravilhoso. Meu coração está acelerado e dá um frio na barriga por ser a primeira vez casando", relatou.

Com o salão lotado de convidados, os casais entraram ao som de violino e saxofone. Quando todos estavam reunidos, houve até valsa. Mas o ponto alto foi o momento da assinatura, quando cada união foi oficialmente concretizada.

Durante as bênçãos, líderes de diferentes religiões se uniram para consagrar as uniões. Representantes das comunidades evangélica, católica, espírita e de matriz africana participaram do momento ecumênico.

O sacerdote do candomblé, Aristides Maltês, destacou a importância da diversidade religiosa. "É um momento em que as religiões se unem para um propósito de inclusão e de reconhecimento de todas as raças em um único momento", explicou o sacerdote.

Histórias de superação e realização

Entre os casais que formalizaram a união, muitos já viviam juntos há anos e decidiram transformar a história em oficial. Rachel Souza disse que o casamento foi a realização de uma luta de cinco anos. "A gente está muito emocionado. Não tenho nem palavras, porque foram cinco anos de noivado, entre trancos e barrancos, mas a gente conseguiu".

Seu esposo, Leonardo Rodrigues, também compartilhou a emoção. "É uma data que eu sempre sonhei, e hoje estou realizando graças a esse evento. Foi uma batalha imensa, mas veio a vitória", completou o noivo.

O casamento coletivo em Feira de Santana consolidou-se como uma importante iniciativa de inclusão social, demonstrando que o poder público pode facilitar o acesso a direitos fundamentais enquanto celebra o amor e a diversidade da comunidade.