Em um ambiente descontraído e acolhedor, a apresentadora Ilana Trombka conduziu mais uma edição do seu programa Chá de Ideias, dedicando esta conversa ao Sistema Braille. O método universal de leitura e escrita tátil, que tem seu dia mundial celebrado em 4 de janeiro, foi o centro das discussões, reforçando seu papel fundamental na promoção da cidadania e da autonomia de pessoas com deficiência visual.
A história e a tecnologia por trás dos seis pontos
Ao longo do programa, Ilana Trombka revisitou a origem do código, criado pelo francês Louis Braille no século XIX. Ela explicou de forma didática como a combinação de até seis pontos em relevo, dispostos em uma célula de duas colunas por três linhas, forma um alfabeto completo capaz de representar letras, números, sinais de pontuação e até símbolos matemáticos e musicais.
O sistema se destaca por sua universalidade, podendo ser adaptado para praticamente qualquer idioma. Essa característica o transforma em uma ferramenta poderosa de alfabetização e acesso ao conhecimento, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão leiam livros, documentos e informações de forma independente.
Braille na era digital: uma ferramenta insubstituível
Um dos pontos centrais da discussão foi reafirmar a importância contínua do Braille, mesmo em uma época marcada por avanços tecnológicos como sintetizadores de voz, audiolivros e aplicativos de reconhecimento. Ilana Trombka argumentou que a tecnologia é complementar, mas não substitui o processo cognitivo fundamental da leitura tátil.
A alfabetização em Braille é crucial para o desenvolvimento pleno da linguagem, da ortografia e do pensamento lógico. Dominar o sistema proporciona uma base educacional sólida, essencial para a educação, qualificação profissional e, consequentemente, para a inclusão social e econômica das pessoas com deficiência visual.
O papel pioneiro do Senado Federal na acessibilidade
A edição do Chá de Ideias também destacou a atuação institucional em prol da acessibilidade. O Senado Federal foi apresentado como uma instituição pioneira, responsável pela maior gráfica braille pública do país. Essa unidade é vital para a produção e distribuição de materiais legislativos, informativos e culturais em formato acessível, cumprindo um papel de Estado na garantia de direitos.
Ilana Trombka, que é diretora-geral do Senado Federal desde 2015, reforçou o compromisso da Casa com a defesa da pluralidade, da diversidade e da acessibilidade como valores centrais para a sociedade, com um olhar especial para o futuro em 2026. A apresentadora possui uma sólida formação acadêmica, com mestrado em Comunicação Social, doutorado em Administração de Empresas pela FGV e especialização em Direito Legislativo.
O programa finalizou reforçando que o Braille vai muito além de um simples código. Ele é um instrumento de emancipação, que abre portas para o aprendizado, o trabalho, o lazer e a participação social ativa. Manter e fortalecer o ensino e a produção em Braille é, portanto, uma questão de direitos humanos e de construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva, onde a informação e a cultura sejam acessíveis a todos, independentemente de sua condição visual.
