Bolsonaro passa por bloqueio de nervo frênico após crise de soluços persistente
Bolsonaro faz bloqueio de nervo frênico por soluços

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou por um procedimento médico especializado no último sábado (27) para tentar conter uma forte crise de soluços que o afeta há meses. Internado no hospital DF Star, em Brasília, ele foi submetido ao bloqueio do nervo frênico direito.

Detalhes do procedimento médico

Segundo informações da equipe médica, a intervenção no lado esquerdo está prevista para ocorrer nesta segunda-feira (29), no início da tarde. Bolsonaro está internado desde a semana passada para tratar uma hérnia, mas os soluços persistentes se tornaram um problema grave que exigiu atenção específica.

O bloqueio do nervo frênico é uma técnica utilizada em casos severos de soluços que não respondem ao tratamento medicamentoso. No caso do ex-presidente, uma alta dose de medicação não foi suficiente para amenizar os sintomas, que ocorriam diariamente.

O que é o nervo frênico e como funciona o bloqueio

O corpo humano possui dois nervos frênicos, um de cada lado. Eles nascem na região cervical e se estendem até o diafragma, o principal músculo responsável pela respiração. Os soluços são causados por contrações involuntárias e repetitivas desse músculo.

O procedimento não é uma cirurgia. Com o paciente sedado, os médicos localizam o nervo através de ultrassom e realizam uma punção para aplicar um anestésico local. No caso de Bolsonaro, também foi utilizado um medicamento corticóide para prolongar os efeitos.

O objetivo é interromper temporariamente os impulsos nervosos que provocam os espasmos do diafragma, dando alívio ao paciente.

Riscos e período de observação

Por envolver um músculo crucial para a respiração, o procedimento exige monitoramento rigoroso. A frequência cardíaca e o nível de oxigenação do sangue são acompanhados de perto durante e após a intervenção.

O radiologista intervencionista Mateus Saldanha, que realizou o procedimento, explicou que um dos possíveis efeitos colaterais é a falta de ar. "Ao bloquear o diafragma, a pressão abdominal pode subir e comprimir a cavidade torácica", afirmou ele em coletiva de imprensa no sábado.

Outro risco é a medicação, por engano, atingir o plexo branquial, uma rede nervosa que controla os movimentos dos braços e mãos. Por segurança, o bloqueio é feito em duas etapas, um lado de cada vez.

O cirurgião Claudio Birolini, integrante da equipe médica, informou que o paciente deve ficar ao menos 48 horas em observação após cada bloqueio. Se a evolução for satisfatória, a previsão é que Bolsonaro receba alta na quarta-feira (31).

Após deixar o hospital, o ex-presidente retornará à carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde cumpre pena por tentativa de golpe de Estado.

Problemas de saúde têm sido frequentes na vida de Bolsonaro desde o atentado a faca que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. Em abril deste ano, ele passou por uma cirurgia de 12 horas para desobstrução intestinal.