Prudenco atrasa 13º salário de mais de mil funcionários em Presidente Prudente
Atraso no 13º salário gera paralisação em Prudente

A empresa de limpeza urbana Prudenco, de Presidente Prudente (SP), descumpriu a legislação trabalhista e deixou mais de mil funcionários sem o pagamento da primeira parcela do 13º salário dentro do prazo estipulado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O benefício, que deveria ter sido creditado até a última sexta-feira (28), só foi depositado nesta terça-feira (2), após uma paralisação pacífica dos trabalhadores.

Paralisação pressiona e pagamento é realizado

Diante da falta do pagamento na data prevista, os funcionários realizaram uma paralisação de quase duas horas na segunda-feira (1º). O ato foi organizado de forma pacífica e contou com a presença do sindicato da categoria, o Siemaco. A pressão surtiu efeito: um dia após a mobilização, a Companhia Prudentina de Desenvolvimento (Prudenco) comunicou que o valor referente à primeira parcela do 13º salário havia sido depositado nas contas dos colaboradores.

A presidente do Siemaco, Silvana Vioto, afirmou que a notícia do não pagamento, divulgada na sexta-feira (28) no final da tarde, pegou todos de surpresa. Ela reconheceu a ansiedade e a insatisfação dos trabalhadores, que contam com o dinheiro do abono para seus planejamentos de fim de ano. O sindicato esteve presente na paralisação justamente para buscar uma solução rápida para o problema.

Justificativas da empresa para o atraso

Em documento enviado aos empregados na sexta-feira de atraso, a Prudenco justificou a falha no pagamento citando um "reequilíbrio financeiro" em curso. A empresa chegou a informar, de forma equivocada, que o pagamento seria feito apenas até o dia 20 de dezembro de 2025.

Entre os motivos apresentados, a atual diretoria alegou ter assumido a gestão da companhia com um passivo significativo, incluindo dívidas de contribuições previdenciárias e com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A nota da empresa destacou que a regularização dessas pendências, necessária para a renovação dos contratos com a Prefeitura de Presidente Prudente, teve um impacto financeiro considerável no caixa.

Regularização de passivos e futuro dos contratos

Em sua comunicação após o pagamento, a Prudenco informou que houve avanços na negociação do passivo e na regularização do FGTS referente a gestões anteriores. Esses avanços, segundo a empresa, possibilitarão um ajuste nos valores dos contratos firmados com o município, buscando uma situação mais sustentável para a companhia.

O caso coloca em evidência a importância do cumprimento dos prazos trabalhistas e a atuação dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores. A rápida mobilização dos funcionários da Prudenco foi crucial para a resolução imediata do atraso no pagamento do 13º salário.