A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) intensificou sua atuação contra fraudes no sistema de abastecimento de água. Somente na região da Baixada Santista, a empresa identificou e eliminou mais de 1,6 mil ligações clandestinas ao longo do ano de 2025. A ação faz parte de uma campanha permanente de combate a perdas e irregularidades.
Primeiro reajuste pós-privatização é definido
Em paralelo às operações de fiscalização, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) tomou uma decisão importante nesta segunda-feira. A agência definiu o primeiro reajuste tarifário da Sabesp desde o processo de privatização da empresa. O aumento autorizado para o ano de 2026 será de 6,11%.
Esse percentual corresponde à correção da inflação acumulada nos últimos 16 meses, período que serve como referência desde a mudança no modelo de gestão da companhia. É importante destacar que o valor do reajuste ficou 15% abaixo do que estava previsto no contrato de privatização.
Impacto no bolso do consumidor
Com a mudança, o custo da água para o consumidor residencial terá um novo patamar. Para uma conta com consumo entre 11 e 20 metros cúbicos (m³), por exemplo, o preço de mil litros de água sairá de R$ 6,01 e passará a ser de R$ 6,40 por m³. A nova tarifa começará a ser cobrada a partir do início de janeiro de 2026.
A decisão da Arsesp reacende o debate sobre as promessas feitas durante o processo de venda da Sabesp. Antes da privatização, o governador Tarcísio de Freitas havia declarado publicamente que a tarifa da companhia não iria aumentar para a população. Posteriormente, durante a efetivação do processo, a explicação foi ajustada, afirmando que a tarifa não aumentaria em relação a um índice projetado em contrato.
Contexto de desafios hídricos
As notícias sobre tarifa e fiscalização chegam em um momento de atenção aos recursos hídricos do estado. O Sistema Cantareira, um dos principais responsáveis pelo abastecimento da Grande São Paulo, enfrenta uma situação crítica. Relatórios recentes apontam que o manancial opera com apenas 20% do seu volume útil de água disponível, cenário que preocupa especialistas e autoridades.
A combinação de ações – combate a fraudes que causam perda de receita e danos à rede, e o reajuste tarifário dentro dos parâmetros contratuais – mostra os novos rumos da Sabesp sob a gestão privatizada. A empresa busca equilibrar a sustentabilidade financeira, os investimentos em infraestrutura e a prestação do serviço essencial de saneamento para a população paulista.