
Parece que o reverendo Silas Malafaia resolveu cutucar a onça com vara curta — e o tiro, como era de se esperar, saiu pela culatra. O famoso pastor evangélico, conhecido por suas posições inflamadas, decidiu mover uma ação direta contra o Supremo Tribunal Federal. A estratégia? Bombar o assunto nas redes sociais.
Mas eis que surge o problema: a tal campanha, que deveria ser um estrondo, não passou de um sussurro. Ficou restrita àquela galera que já curte, compartilha e defende tudo que vem do universo bolsonarista. Não conseguiu, nem de longe, alcançar o grande público.
Um Fenômeno de Eco Digital
O que aconteceu foi puro fenômeno de câmara de eco. As postagens do Malafaia rodaram, rodaram e… caíram no mesmo quintal. Os algoritmos, espertos como são, apenas mostraram o conteúdo para quem já concordava com ele. Zero penetração em outras bolhas. Nada de convencer quem pensa diferente.
Números? Bem, eles mostram que o engajamento veio majoritariamente de perfis alinhados à direita e de apoiadores ferrenhos do ex-presidente. Pouca — ou nenhuma — repercussão em perfis de influenciadores de outros espectros políticos, midiáticos ou juristas independentes.
Estratégia ou Bola Fora?
Alguns especialistas em comunicação política já caíram de pau na ideia. Dizem que tentar judicializar brigas políticas por meio de campanhas de like não é só ingenuidade — é, no fundo, um desserviço à própria causa.
“Isso só enfraquece o debate”, soltou um analista que preferiu não se identificar. “Transforma questões complexas do Judiciário em meme de internet.”
E de fato: será que travar essa batalha pelos comentários do Instagram e Twitter é mesmo a melhor tática? Ou será que Malafaia subestimou — e muito — como as redes sociais funcionam em 2024?
O STF Nem Piscou
Enquanto isso, do outro lado, o Supremo segue impávido. Nenhum movimento, nenhuma nota, nenhum sinal de que a campanha sequer chegou aos ouvidos dos ministros. Parece que, lá em Brasília, o barulho das redes não passou de… bem, barulho.
E a pergunta que fica é: o que o pastor esperava conseguir? Mudar a opinião de um ministro com print de tweet? Gerar pressão popular com compartilhamento? Às vezes, a gente tem que lembrar que direito não se faz no trending topics.
No fim, a ação do Malafaia até rendeu boas manchetes — mas mais pelo constrangimento do que pelo efeito prático. E aí, será que aprendemos algo sobre como não usar as redes sociais?