Malafaia critica Flávio Bolsonaro e apoia Tarcísio com Michelle
Malafaia detona Flávio Bolsonaro e apoia Tarcísio

Em uma declaração que promete abalar os rumos da direita brasileira, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, rejeitou publicamente a pretensão presidencial do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em um vídeo divulgado nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, Malafaia afirmou que o filho do ex-presidente "não tem musculatura política" para conduzir uma campanha à Presidência da República.

Críticas à "herança de família" na política

O influente líder evangélico fez uma distinção clara entre Jair Bolsonaro e sua família. "Uma coisa é Bolsonaro. Outra coisa são os filhos e a mulher dele", disparou Malafaia. Ele foi enfático ao negar que cargos políticos possam ser tratados como herança familiar, declarando: "Isso aqui não é herança de negócio de família, não. O que está em jogo é o Brasil".

As declarações foram feitas durante uma análise sobre as estratégias necessárias para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que buscará a reeleição no pleito do ano seguinte. Malafaia argumentou que a direita isolada não tem força eleitoral suficiente para vencer.

Apoio a Tarcísio de Freitas e aliança com o Centrão

Como alternativa viável, o pastor defendeu explicitamente a formação de uma chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tendo como vice a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Para ele, essa composição, em aliança com o Centrão, seria a fórmula capaz de unir os setores necessários para uma vitória.

"A direita não ganha eleição se não estiver com o centro", avaliou Malafaia. Ele citou números eleitorais para embasar seu raciocínio: "Bolsonaro tem o quê? Entre 25% e 30% dos votos". Segundo sua visão, é preciso uma coalizão mais ampla para superar o atual ocupante do Palácio do Planalto.

Chamado ao pragmatismo político

Malafaia fez um apelo ao pragmatismo, pedindo que seus aliados abandonem o que chamou de "falso puritanismo". "Vamos parar de falso puritanismo, porque quem elege é o povo e, se o povo botou o centro lá, vai ter que aprender a lidar com isso", afirmou, em uma clara defesa da negociação com partidos do centro do espectro político.

O posicionamento do pastor, uma das vozes mais ouvidas no eleitorado evangélico e conservador, coloca um obstáculo significativo a qualquer tentativa de Flávio Bolsonaro de capitalizar sozinho o legado político de seu pai. Ao mesmo tempo, impulsiona o nome de Tarcísio de Freitas como um potencial unificador de uma frente ampla de oposição ao governo Lula.

As declarações ocorrem em um momento de definição de alianças para as eleições de 2026 e devem intensificar os debates internos sobre a melhor estratégia a ser adotada pelos grupos que compõem a direita e o centrão no Brasil.