Evangélico é agredido após discursar contra Bolsonaro em vigília
Evangélico agredido em vigília de Flávio Bolsonaro

Um episódio de violência marcou a vigília evangélica convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) na noite de sábado, 22 de novembro de 2025. Ismael Lopes, evangélico de 34 anos, foi agredido fisicamente por outros participantes do evento após fazer um discurso crítico ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O momento da agressão

Ismael Lopes, que possui 35 mil seguidores no Instagram e se declara membro do conselho de participação social da presidência da República, havia subido ao palco para discursar. Ele leu uma passagem bíblica que dizia que "quem cava covas por elas serão engolidas" e, em seguida, pediu que o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse condenado por ações durante a pandemia de Covid-19, que resultou na morte de 700 mil brasileiros.

Foi nesse momento que outros participantes do evento reagiram com violência, desferindo chutes, pontapés e palavrões contra Ismael. O senador Flávio Bolsonaro chegou a pedir que não agredissem o homem, mas seus apelos foram ignorados pela multidão enfurecida.

Intervenção policial e resgate

A Polícia Militar precisou intervir para conter a situação, utilizando spray de pimenta para apartar os agressores. Os policiais então escoltaram Ismael Lopes até um carro de aplicativo, garantindo sua segurança após o episódio violento.

Ismael é integrante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, organização que realiza os eventos da primeira-dama Janja com evangélicos pelo país. Embora seja evangélico, ele não é pastor ordenado.

Posicionamentos políticos e reações

Em suas redes sociais, Ismael Lopes já demonstrou simpatias por ideologias de esquerda, tendo publicado fotos de Karl Marx, Vladimir Lênin, Joseph Stálin e Mao Tsé-Tung, importantes líderes do comunismo mundial.

Entre suas declarações mais polêmicas, defende que o "amor ao próximo só é possível com o ódio de classe". Em suas publicações, ele argumenta: "Acreditamos que esse amor, como prática cristã, deve ser direcionado a todos indiscriminadamente. Porém, como é possível amar e coadunar com um sistema que explora o trabalho e rouba a riqueza produzida pela trabalhadora e trabalhador?"

No domingo, 23 de novembro, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito emitiu uma nota oficial sobre o ocorrido: "Também fomos surpreendidos por sua manifestação de denúncia e registramos que estamos à disposição do irmão Ismael, oferecendo o apoio necessário diante das agressões físicas que ele sofreu".

A organização ainda reforçou: "Reiteramos nosso compromisso com a democracia e com o Estado de Direito, pilares essenciais para a construção de um país justo, plural e pacífico".

O caso expõe as tensões políticas que continuam a dividir a sociedade brasileira mesmo após as eleições, mostrando como eventos religiosos podem se transformar em palco de confrontos ideológicos.