
Numa jogada que mistura urgência social com uma pitada de necessidade política, o Palácio do Planalto virou um vespeiro de atividades nesta quarta-feira. Lula, com aquela cara de quem não quer perder tempo, sentou a pasta com ministros de peso – Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). O assunto? Respirar vida num projeto que tá parado há tempos: um novo programa de distribuição de gás de cozinha.
Não é segredo pra ninguém que o preço do botijão vem dando nó no orçamento do brasileiro. A coisa tá feia. E o governo, pressionado por isso e por uma popularidade que não decola, decidiu que era hora de botar o pé no acelerador. A reunião, marcada para as 15h, foi tudo menos protocolares. Era perceptível no ar aquela sensação de "precisamos mostrar serviço".
Os Entraves e a Pressão por uma Solução
O que segurava o programa? Ah, a burocracia clássica de sempre. A principal pedra no sapato era definir de onde viria a grana para bancar esse auxílio. O Ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet, travava o jogo, preocupado com as contas públicas e o teto de gastos. De um lado, a vontade de ajudar; do outro, a realidade crua do orçamento.
– Sem fonte de recursos definida, a gente não sai do lugar – deve ter sido a frase mais repetida nos corredores.
Mas a pressão falou mais alto. A equipe econômica, que antes freava o processo, agora recebeu a missão clara de achar um jeito – criativo, se necessário – de viabilizar a parada. A ordem vinda de cima é não voltar para casa com as mãos abanando.
Além do Gás: A Busca por uma Agenda que Conecte
É ingenuidade achar que isso é só sobre gás. O governo Lula 3.0 tá precisando, e muito, de uma vitória que ecoe na casa das pessoas. Com a economia patinando e as pesquisas mostrando uma insatisfação crescente, medidas palpáveis que aliviem o dia a dia são mais que bem-vindas; são uma tábua de salvação.
O plano é ambicioso: resgatar a essência do antigo "Vale Gás", que fez sucesso no auge da pandemia, mas com uma roupagem nova e – torcem em Brasília – mais permanente. A meta é clara: garantir que as famílias mais vulneráveis não precisem escolher entre encher o botijão e colocar comida na mesa.
Os próximos dias serão decisivos. A equipe técnica agora corre contra o relógio para costurar a proposta, acertar os últimos detalhes e, o mais importante, garantir que o dinheiro esteja lá. Se der certo, pode ser o primeiro passo para reconquistar a confiança de uma nação cansada de promessas. Se der errado... bem, melhor nem pensar.