
Parece que estamos vivendo em dois Brasis diferentes. Enquanto números nacionais apontam melhorias no combate à fome, aqui no quadradinho a realidade é outra - e das mais duras. O prato que enche o estômago está cada vez mais vazio nas mesas dos brasilienses.
Os dados são mesmo para assustar. Enquanto o Brasil conseguiu reduzir a insegurança alimentar em vários estados, o DF decidiu nadar contra a corrente - e se afogar nela. A situação chegou a um ponto que, francamente, não dá mais para ignorar.
Números que doem na alma
A pesquisa mostra algo que a gente já sentia no ar: a fome bateu à porta de muitas famílias aqui. E não é visita rápida - parece que veio para ficar. O percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar no DF deu um salto preocupante.
O que mais me corta o coração? Saber que tem gente tendo que escolher entre comprar comida ou pagar o transporte. Entre encher a dispensa ou comprar remédio. São escolhas que ninguém deveria fazer, mas que se tornaram rotina por essas bandas.
Por que aqui está diferente?
Bom, aí é que mora o desafio. Especialistas apontam o dedo para alguns fatores que, convenhamos, fazem todo o sentido. O custo de vida na capital não para de subir - aluguel, conta de luz, gás de cozinha, tudo mais caro. E o salário? Ah, o salário continua o mesmo, quando não diminui.
E tem mais: o desemprego ainda ronda como fantasma por aqui. Sem trabalho, sem renda. Sem renda, sem comida na mesa. A equação é cruel, mas simples de entender.
O retrato da desigualdade
O que mais me deixa pensativo é como essa crise não atinge todo mundo igual. Enquanto alguns restaurantes por aí continuam cheios, outras famílias nem conseguem garantir o básico. A desigualdade, que sempre foi nossa companheira indesejada, agora se mostra no prato vazio.
E olha, não é exagero dizer que a situação está feia. Tem mãe deixando de comer para alimentar os filhos. Tem aposentado dividindo uma refeição em duas. São histórias que a gente ouve no ônibus, na fila do mercado, no posto de saúde.
E agora, o que fazer?
A pergunta que não quer calar: tem solução? Claro que tem, mas exige vontade política e, principalmente, ações concretas. Programas de assistência social precisam chegar onde a fome está. Políticas públicas eficazes são urgentes.
Enquanto isso, a gente vai seguindo. Torcendo para que os ventos mudem e que, num futuro não muito distante, a fome seja apenas uma lembrança ruim. Mas, pelo andar da carruagem, ainda vamos levar um bom tempo para chegar lá.