O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, protagonizou um momento de tensão política durante a abertura de um seminário sobre segurança pública realizado nesta segunda-feira, 29 de novembro de 2025. Em suas declarações, o gestor municipal saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e direcionou críticas contundentes ao governador Cláudio Castro.
O debate sobre responsabilidades
Paes foi enfático ao afirmar que os governadores são os verdadeiros responsáveis pelo sistema de segurança pública nos estados. Em seu discurso, o prefeito caracterizou as recentes discussões sobre atribuições como um "jogo de empurra" que considera "absolutamente ridículo".
"Se a segurança vai mal, a culpa é do governador do Rio e dos outros estados do país", declarou Paes durante o evento organizado pela Esfera. O prefeito reconheceu que governo federal e municípios podem oferecer apoio, mas ressaltou que o controle operacional compete exclusivamente aos governos estaduais.
Defesa irônica de Lula
Em tom sarcástico, Eduardo Paes abordou as críticas dirigidas ao presidente Lula durante a megaoperação contra o crime organizado ocorrida no mês anterior nos complexos do Alemão e da Penha. A ação policial resultou na morte de centenas de pessoas e gerou questionamentos sobre a atuação do governo federal.
"Eu ouvi muito aquele negócio de que Lula é presidente do país inteiro. Ele é mesmo. Por que só no Rio de Janeiro a culpa é dele?", ironizou o prefeito, que também lembrou que quando as operações dão certo, os opositores tendem a esquecer que o petista comanda toda a nação.
Contexto político e eleitoral
As declarações de Paes ganham relevância adicional considerando que ele é pré-candidato ao governo do Rio em 2026, posicionando-se assim como potencial sucessor de Cláudio Castro. O seminário marcou mais um capítulo na already conturbada relação entre os dois gestores.
O prefeito enfatizou a necessidade de superar o que chamou de "jogo de empurra" e defendeu que o debate sobre responsabilidades em segurança pública precisa ser esclarecido de uma vez por todas perante a sociedade.
O evento ocorre em um momento delicado para a segurança fluminense, poucas semanas após a polêmica operação que mobilizou grandes efetivos policiais e gerou intenso debate sobre métodos e resultados no combate ao crime organizado na cidade.