Pediatras dos EUA Declaram Guerra às Políticas Antivacina de Trump: 'Perigo Público'
Pediatras EUA contra Trump: "Política antivacina é perigo"

Parece que a guerra contra as fake news na saúde ganhou um novo e poderoso front. E desta vez, os pediatras americanos estão pegando pesado.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) — que representa uns 67 mil especialistas, imagine só — soltou o verbo contra as novas diretrizes do governo Trump. O tom foi direto, quase sem rodeios: essas políticas são um verdadeiro perigo público.

O Cerne da Controvérsia

Tudo começou quando a administração Trump resolveu revisitar um documento técnico do próprio governo federal. O tal documento, elaborado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, orientava sobre… bem, sobre como comunicar melhor a importância das vacinas.

Mas eis que surge a reviravolta: alguém lá no topo decidiu que o texto original era "muito alarmista" e "poderia assustar as famílias". A ordem, segundo apurou a imprensa, foi suavizar o tom. Abaixar a bola. Falar menos nos benefícios e… mais nos supostos riscos.

Resultado? As versões preliminares do novo texto, que vazaram, simplesmente omitiam dados sólidos sobre a eficácia das vacinas. Ignoravam décadas de ciência. E, pasmem, até sugeriam dar espaço igualitário para argumentos pseudocientíficos — como se a Terra plana e a redonda merecessem a mesma consideração.

A Reação dos Médicos: "Isso é Inaceitável"

Os pediatras, claro, não ficaram nada satisfeitos. A presidente da AAP, Sara Goza, foi enfática: "Manipular informações de saúde pública para agradar a uma base política é irresponsável. Ponto final". Ela lembra que doenças erradicadas, como o sarampo, voltaram a assombrar o país justamente por causa de movimentos antivacina.

Não é exagero. Só em 2019, os EUA registraram mais de 1.200 casos de sarampo — o maior número em 25 anos. Coincidência? A medicina diz que não.

E o Brasil nessa História?

Aqui a gente se pergunta: será que esse vento negacionista pode cruzar fronteiras? Especialistas em saúde global ouvidos pela reportagem demonstram preocupação. Os EUA ainda são uma referência — para o bem e para o mal. Quando um governo grande flexibiliza a ciência, abre-se um precedente perigoso.

O pior de tudo? Tudo isso acontece no meio de uma pandemia global. Sim, aquela do coronavírus, que já matou centenas de milhares. Justamente quando mais precisamos de confiança na ciência e nas vacinas que estão por vir.

Parece piada de mau gosto, mas não é. É a realidade da política em 2020.