
O que está acontecendo com as filas do SUS não dá mais para engolir. E o próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, finalmente assumiu isso em um tom que mistura frustração genuína com determinação. A situação chegou num ponto crítico — e olha que eu já vi cada coisa no sistema público de saúde ao longo dos anos.
Numa reunião tensa com secretários estaduais e municipais, Padilha não fez rodeios. "Estou insatisfeito, e sei que a população está ainda mais", disparou o ministro, reconhecendo que os longos tempos de espera por consultas, exames e cirurgias se tornaram o calcanhar de aquiles do sistema.
Plano de Ataque Imediato
A partir de novembro — sim, já no próximo mês — o Ministério da Saúde vai botar a mão na massa com um pacote de medidas que promete, pelo menos, aliviar a pressão. A estratégia tem três pilares básicos:
- Força-tarefa nacional para identificar os gargalos mais críticos em cada região
- Repactuação emergencial de serviços com estados e municípios
- Otimização do fluxo entre atenção primária e serviços especializados
Não vai ser milagre, claro. Mas é um começo. Padilha deixou claro que não aceita mais a normalização do sofrimento nas filas. "Temos que tratar cada pessoa na fila como se fosse um familiar nosso", refletiu, num momento que soou bem mais pessoal do que o usual discurso de político.
O Que Realmente Mudará?
Aqui é que mora o desafio. Todo governo promete melhorar o SUS — e a fila continua lá, crescendo como mato. Desta vez, porém, há uma urgência diferente no ar. O ministro adiantou que trará novidades concretas nas próximas semanas, com metas mensuráveis e prazos curtos.
O que me preocupa — e deve preocupar você também — é que o problema não se resolve só com boa vontade. Precisa de grana, de gestão competente e, principalmente, de uma coordenação que funcione de verdade entre União, estados e municípios. Sem isso, vira aquela velha história: muito discurso e pouca ação.
Mas vamos dar o benefício da dúvida. Afinal, reconhecer o problema já é meio caminho andado. Resta saber se teremos fôlego para ir até o fim.