O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), maior unidade pública de saúde do estado, deu um passo decisivo em sua modernização nesta quinta-feira (4). A empresa Construcap CCPS Engenharia e Comércio venceu o leilão para assumir os serviços não assistenciais do complexo hospitalar em um modelo de Parceria Público-Privada (PPP) que promete transformar a unidade.
Leilão na B3 define nova gestão para o HRMS
A disputa ocorreu na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, e contou com a participação de cinco empresas inicialmente. Apenas três avançaram para a segunda fase, mas nenhuma apresentou lance ao vivo, conforme as regras que exigiam diferença mínima de R$ 100 mil entre as propostas. Com isso, a Construcap foi declarada vencedora por ter apresentado a melhor oferta inicial.
A empresa ofereceu um desconto de 22% sobre o valor da contraprestação prevista pelo governo estadual. Na prática, isso significa que a empresa aceitou receber menos recursos públicos durante a execução e operação dos serviços, gerando uma economia significativa para os cofres do estado.
Detalhes da PPP e os investimentos previstos
A Parceria Público-Privada tem um horizonte de 30 anos e envolve investimentos totais da ordem de R$ 5,6 bilhões. O plano é ambicioso e visa não apenas a manutenção, mas uma ampla reforma e expansão do hospital.
O governador Eduardo Riedel (PP) celebrou o resultado. "Eu acredito muito que esse modelo está quebrando um paradigma numa parceria público-privada de cunho social", afirmou, destacando que o projeto envolve construção, tecnologia e gestão de pessoas e insumos para entregar uma qualidade superior à atual.
É crucial ressaltar que o hospital permanecerá público e manterá o atendimento 100% gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A gestão assistencial, incluindo serviços médicos, de enfermagem, fisioterapia e exames, continuará sob responsabilidade direta do governo estadual.
O que a empresa vencedora vai fazer
A Construcap ficará responsável por uma extensa lista de serviços de apoio e por todas as obras de infraestrutura. As intervenções serão realizadas em etapas, com conclusão total prevista em 56 meses, e sem interrupção do funcionamento do hospital.
As principais mudanças físicas incluem:
- Ampliação da área construída para 71 mil m².
- Construção de dois novos blocos, aumentando a capacidade de atendimento em 60%.
- Expansão do total de leitos de internação para 577.
- Ampliação do estacionamento, que passará a oferecer 911 vagas.
Além das obras, a empresa será responsável pela operação de serviços essenciais como:
- Limpeza, vigilância e portaria.
- Lavanderia, nutrição e farmácia.
- Manutenção predial e engenharia clínica.
- Central de Material Esterilizado (CME) e logística.
A prioridade das obras será a ampliação de setores críticos, como a UTI Neonatal e a Unidade de Isolamento Materno (UIM). O projeto também prevê melhorias nas condições de trabalho para os profissionais de saúde e a aquisição de novos equipamentos médico-hospitalares.
Com este modelo, o governo do Mato Grosso do Sul espera equilibrar a eficiência da gestão privada em áreas de suporte com a manutenção do caráter público e universal da assistência à saúde, em um dos hospitais mais importantes da região.