
Parece que os ares de outros lugares estão chamando com força os vereadores da capital paulista. E como! Um levantamento recente joga luz sobre uma prática que vem se tornando corriqueira na casa legislativa: as licenças para viagens.
Não estamos falando de uns dias aqui, outros ali. A coisa é séria — somando todas as autorizações concedidas desde o início do ano, os edis acumulam nada menos que 97 dias longe de seus postos de trabalho. Quase cem dias! Você consegue imaginar o que significa isso em termos de serviço público?
E olha que o ano mal está no seu terço final. A matemática é simples, mas assustadora: se continuar nesse ritmo, 2025 pode bater recordes nada honrosos de absentismo parlamentar.
O que dizem os números
A verdade é que os dados falam por si. Das 19 licenças aprovadas, algumas se estendem por períodos consideráveis — tem vereador que conseguiu uma folga de até 15 dias consecutivos. Será que tanto tempo longe é realmente necessário para os propósitos oficiais alegados?
É importante notar que essas autorizações não são férias disfarçadas. Pelo menos teoricamente. Elas devem servir para participação em eventos, missões oficiais ou capacitações que beneficiem o mandato. Mas convenhamos: será que todas justificam tantos dias de ausência?
O custo escondido
Aqui vem o ponto que mais preocupa o contribuinte: cada dia longe do plenário e das comissões tem um preço. E não é baixo! Além dos vencimentos que continuam sendo pagos normalmente (óbvio), há as diárias, passagens e outros gastos que frequentemente acompanham essas viagens.
O pior de tudo? Enquanto eles viajam, o trabalho legislativo — aquele para o qual foram eleitos — fica parado. Projetos aguardam votação, demandas da população esperam para ser discutidas, e a máquina pública simplesmente não funciona como deveria.
Transparência é a palavra-chave
Ninguém é contra que os vereadores se capacitem ou representem a cidade em eventos importantes. Mas a questão central é outra: a falta de transparência sobre o real propósito e o custo-benefício dessas ausências todas.
A população tem o direito de saber exatamente onde seus representantes estão, no que estão trabalhando durante essas licenças, e principalmente — qual o retorno concreto que essas viagens trazem para São Paulo.
No final das contas, a pergunta que fica é simples: será que nossos vereadores estão mesmo trabalhando para a cidade quando passam tantos dias longe dela? A resposta, meus amigos, parece estar cada vez mais nebulosa.