O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), confirmou oficialmente nesta segunda-feira, 29 de dezembro, um reajuste no valor da passagem de ônibus na capital paulista. A tarifa básica do transporte municipal por ônibus passará de R$ 5,00 para R$ 5,30, com vigência a partir do dia 6 de janeiro.
Detalhes do aumento e justificativa da prefeitura
O aumento anunciado representa um percentual de 6% sobre o valor atual. Esse índice supera a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE, que fechou em 4,5%. A decisão foi comunicada pela equipe do prefeito, que argumenta que o reajuste está abaixo do indicador específico do setor, o IPC-Fipe Transporte Coletivo, no acumulado do ano.
Em nota, a administração municipal destacou que o último aumento havia ocorrido em 2025, quando o valor saltou de R$ 4,40 para R$ 5,00, uma correção de 13,6%. Esse reajuste veio após um longo período de quatro anos com a tarifa congelada, incluindo o tempo da pandemia de Covid-19. A prefeitura afirma que, entre 2020 e 2025, a inflação acumulada foi de 40,31%, muito acima do único ajuste feito no período.
Comparações e o custo real do serviço
A justificativa oficial também recorre a comparações regionais e nacionais. Segundo a nota divulgada, São Paulo possui uma das tarifas mais baixas da Região Metropolitana e a considerada "a mais barata do país", quando se leva em conta a integração gratuita do Bilhete Único, que permite até quatro embarques em ônibus dentro de um período de três horas.
Um dado chamativo apresentado pela gestão Nunes é o custo real não subsidiado da passagem, que seria de R$ 11,78. O aumento, portanto, é apresentado como uma medida necessária para a manutenção do serviço, ainda que com pesado subsídio público.
Contexto político e trâmites legais
O anúncio ocorre após o prefeito ter sido questionado, em ocasiões recentes, sobre a possibilidade de um novo reajuste. Na época, Ricardo Nunes chegou a dizer que o ideal seria manter o congelamento no valor de R$ 5,00, mas não descartou a elevação, condicionando-a a estudos de mercado.
Apesar do anúncio, o processo ainda não está totalmente concluído. A proposta de aumento será encaminhada à Câmara Municipal de São Paulo para seguir os trâmites legais necessários antes da implementação. A decisão final, portanto, ainda depende da análise dos vereadores.
Este é o primeiro reajuste tarifário após a reeleição de Ricardo Nunes em 2024, marcando uma nova fase na política de transportes da maior cidade do Brasil, que sempre envolve grande sensibilidade social e impacto no orçamento das famílias.