Santos propõe ampliar subsídio do IPVA para congelar tarifa de ônibus até 2029
Santos quer ampliar subsídio para tarifa de ônibus até 2029

Prefeitura de Santos quer usar mais recursos do IPVA para subsidiar transporte público

A Prefeitura de Santos, no litoral de São Paulo, apresentou uma proposta que pode manter o preço da passagem de ônibus congelado em R$ 5,25 até o ano de 2029. O plano consiste em ampliar o percentual de recursos do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) destinado ao subsídio do sistema de transporte coletivo municipal.

Mudança no limite de uso do IPVA

Atualmente, a Lei nº 3.104, de 2015 permite que o município utilize até 25% dos repasses do IPVA recebidos do Estado para subsidiar o transporte público. Com o orçamento atual, esse limite representa aproximadamente R$ 3,2 milhões por mês em subsídios.

A nova proposta da administração municipal busca aumentar significativamente esse teto, elevando-o para 55% do valor arrecadado com o IPVA. Essa mudança permitiria um subsídio maior ao sistema de ônibus, possibilitando não apenas o congelamento da tarifa, mas também abrindo espaço para uma possível redução no valor pago pelos usuários.

Detalhes do congelamento tarifário

A tarifa atual de R$ 5,25 está em vigor desde fevereiro de 2023, quando houve um aumento de R$ 0,30 em relação ao valor anterior de R$ 4,95. A nova proposta estende o congelamento por mais um ano além do previsto inicialmente.

É importante destacar que o custo real da tarifa atualmente é de R$ 7,43, sendo que a prefeitura já subsidia R$ 2,18 desse valor. Com a ampliação do limite de uso do IPVA para 55%, o subsídio poderia aumentar ainda mais, diminuindo o impacto direto no bolso do usuário.

Caminho para a tarifa zero

Além de ampliar o teto de utilização dos recursos, o projeto também modifica os objetivos do subsídio previstos no Artigo 1º da lei. O texto atual determina que o recurso deve ser usado para "assegurar a modicidade da tarifa para o usuário e/ou preservar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de operação do serviço".

A nova proposta inclui a possibilidade de "assegurar a modicidade ou mesmo a isenção parcial ou total da tarifa para o usuário", abrindo caminho para uma futura implantação da tarifa zero no sistema de ônibus municipal.

Em 3 de outubro, uma audiência pública discutiu a viabilidade da tarifa zero no transporte coletivo da cidade. O encontro, convocado pela Comissão de Transporte e Acessibilidade, propôs a criação de um fundo de mobilidade urbana para viabilizar a implantação gradual da gratuidade das passagens.