Rússia acusa Ucrânia de ataque com drone à residência de Putin; Kiev nega
Rússia acusa Ucrânia de ataque a residência de Putin

O Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia, nesta quarta-feira (31), de tentar atacar uma das residências do presidente Vladimir Putin com um drone. As autoridades russas divulgaram um vídeo do suposto equipamento abatido, mas a alegação foi imediatamente classificada como mentira pela Ucrânia e pela União Europeia.

Acusação e a negação imediata

Segundo a narrativa de Moscou, o ataque teria como alvo a residência de Putin em Dolgie Borodi, localizada às margens do lago Valdai, na província de Novgorod, noroeste da Rússia. A acusação foi feita pouco depois de um encontro entre o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e o ex-presidente dos EUA Donald Trump, na Flórida.

Em resposta, um porta-voz ucraniano afirmou que o suposto ataque foi uma "fabricação" completa, criada para sabotar os esforços de paz em andamento. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, endossou a posição de Kiev, declarando que ninguém deveria acreditar nas alegações do "país agressor".

Os detalhes do vídeo russo

No material divulgado, o major-general Alexander Romanenkov, vestindo equipamento antibombas, descreve as características do drone. Ele afirma que, apesar de ter sido derrubado pelas defesas aéreas russas, a carga explosiva do aparelho não detonou.

O vídeo, no entanto, não explica como os militares russos teriam determinado que o alvo específico era a residência presidencial. Moscou também alegou que o ataque envolveu um total de 91 drones, todos abatidos sem causar feridos.

O local do suposto ataque

A residência em Dolgie Borodi é um antigo complexo com três datchas (casas de campo tradicionais), situado em uma região de vegetação densa favorita de Putin, que é natural de São Petersburgo. O local funciona principalmente como casa de férias de verão e tem capacidade para receber até 320 hóspedes.

Imagens divulgadas pelo Kremlin mostram que Vladimir Putin estava em Moscou no momento do suposto incidente, comandando uma reunião com seus principais generais. O presidente rusho passa a maior parte do tempo nos arredores da capital, mas mantém diversos palácios à sua disposição por todo o país.

Contexto e repercussões

Este episódio ocorre em um momento sensível do conflito, com a Rússia buscando consolidar seus ganhos no campo de batalha neste ano. A acusação, vista com ceticismo pelo Ocidente, acirra ainda mais as tensões retóricas entre as partes, dificultando potenciais diálogos.

Enquanto a Rússia apresenta o vídeo como prova de uma agressão ucraniana direta contra seu líder, a Ucrânia e seus aliados europeus enxergam a manobra como uma tentativa de propaganda de guerra. O fato destaca a intensa guerra de informação que acompanha o conflito militar, onde narrativas rivais disputam a credibilidade internacional.