
Pois é, a coisa esquentou de vez em Itaúna, Minas Gerais. E não foi pouco. Um áudio que vazou nas redes sociais jogou gasolina na fogueira de uma relação já conturbada entre a prefeitura e a Polícia Militar. O estopim? Uma blitz da Lei Seca. Só que a reação do prefeito, Dalmo Ribeiro Silva, foi, digamos, bastante explosiva.
No áudio, que circulou feito rastro de pólvora, Dalmo não economizou nas palavras. Ele criticou com veemência a operação, chamando a corporação de abusiva e sugerindo que a ação era mais para "arrecadar" do que para proteger. A gota d'água? Ameaçou, de cara limpa, retirar um imóvel que a prefeitura cedia à PM. Sim, leu direito.
"Isso é um absurdo!", disparou o prefeito, com a voz carregada de indignação. "A gente cede espaço, e aí vem esse tipo de ação? Não vou aceitar." A fala, é claro, ecoou como um tiro. Em menos de nada, o caso virou trend topic, dividindo opiniões e gerando um burburinho dos grandes.
A retratação que veio tarde demais
Mas, como diz o ditado, a fuga sempre vem depois do estouro. Diante da repercussão negativa — e imagina só a que nível chegou —, Dalmo Ribeiro Silva resolveu dar uma passo atrás. Publicou uma nota de esclarecimento, tentando amenizar a bomba que ele mesmo armou.
Na mensagem, o prefeito afirmou que respeita "imensamente" o trabalho da PM e que sua fala foi um "momento de exasperação". Disse ainda que a parceria com a corporação é sólida e que a doação do imóvel, na verdade, já estava prevista em lei. Quer dizer, a ameaça de retirar o espaço não passou de um chilique momentâneo? A impressão que ficou foi essa.
E a PM, como ficou nessa história?
Do lado da Polícia Militar, o clima foi de perplexidade. Em nota, a corporação afirmou que as operações da Lei Seca são legais e necessárias, e que têm como único objetivo a preservação de vidas. "Agimos com rigor técnico e legalidade", destacou o comunicado, sem fazer referência direta às ameaças do prefeito.
Mas não se engane: o mal-estar ficou. E como. A sensação entre os militares é de que a autoridade municipal desrespeitou publicamente uma instituição que, em tese, deveria ser sua aliada. Algo, convenhamos, bastante constrangedor.
Nas ruas de Itaúna, a população não soube muito bem como reagir. Uns acham que o prefeito exagerou feio. Outros, mesmo reconhecendo o tom inadequado, entendem a raiva contra supostos excessos em blitzes. É aquela velha história: ninguém gosta de ser parado, mas todo mundo quer segurança.
Resta saber se o estrago na relação entre prefeitura e PM será duradouro — ou se as águas voltarão ao normal depois dessa tempestade em copo d'água (ou seria em copo de cerveja?). Uma coisa é certa: o áudio vazado já garantiu seu lugar na história recente da cidade.