Os eleitores do município de Braga, localizado na região Noroeste do Rio Grande do Sul, enfrentam uma escolha familiar e inusitada neste domingo, 7 de julho. A disputa pela única vaga em jogo na Câmara de Vereadores coloca frente a frente dois irmãos: Everton Della Libera e Vitória Caroline Della Libera. Ambos são filhos do vereador Bolívar Della Libera, que faleceu no dia 23 de julho, deixando o cargo vago.
Uma vaga aberta e uma decisão familiar
A cadeira na Câmara Municipal de Braga ficou desocupada após o falecimento do parlamentar Bolívar Della Libera, que era filiado ao Progressistas (PP). Como o partido não tinha um suplente registrado para assumir a posição, o regimento interno da Casa determinou a realização de uma nova eleição, conhecida como eleição suplementar. Quem decidiu entrar na corrida para suceder o pai foram justamente seus dois filhos, que também se filiaram ao PP para concorrer.
Braga, cidade com uma população de mais de 3,3 mil habitantes, tem pouco mais de 2,8 mil eleitores aptos a votar. A eleição segue as regras tradicionais: voto obrigatório para quem não tem justificativa e urnas abertas das 8h às 17h. A peculiaridade da disputa entre irmãos, no entanto, não é uma novidade absoluta na política local da família.
História política da família Della Libera
O cenário de parentes na disputa eleitoral já é familiar para os moradores de Braga. A mãe dos dois candidatos, Inez Teresinha Lorenzatto Della Libera, foi eleita vereadora em 2024 ao lado de seu irmão, Carlos Lorenzatto. Naquela ocasião, Inez concorreu e venceu na mesma chapa que seu marido, Bolívar, o mesmo que agora deixa a vaga em aberto.
Com os dois filhos na disputa, uma pergunta inevitável surgiu: em quem a vereadora e mãe Inez vai votar? Com bom humor diante da situação delicada, ela brincou com a imprensa local. "Vou botar em um copinho e sortear", disse. Em tom mais sério, confessou: "O coração está bem dividido". A declaração ilustra o dilema pessoal por trás da disputa política.
Solução prática e próximos passos
A candidatura dos dois irmãos pelo mesmo partido resolve uma questão prática importante. De acordo com as regras, quem não for eleito se tornará automaticamente o suplente do partido. Isso garante que, caso haja uma nova vacância no futuro, a vaga possa ser preenchida sem necessidade de outra eleição suplementar, mantendo a representação do Progressistas no legislativo municipal.
A eleição deste domingo é, portanto, mais do que uma simples escolha entre dois nomes. É um capítulo marcante na história política de Braga, onde laços familiares e serviço público se entrelaçam de maneira única. O resultado definirá não apenas quem ocupará a cadeira, mas também qual dos dois irmãos carregará oficialmente o legado do pai na Câmara de Vereadores.
