A menor cidade de Roraima vive um verdadeiro terremoto financeiro que levou a Câmara Municipal a tomar uma medida drástica: convocar o ex-prefeito para prestar contas sobre a gestão dos recursos públicos durante sua administração.
O cenário de crise em Uiramutã
Uiramutã, município com apenas 10.711 habitantes segundo o IBGE, enfrenta uma situação financeira tão crítica que ameaça o funcionamento básico da administração pública. A crise é tão grave que a atual gestão se viu obrigada a recorrer ao legislativo em busca de soluções para o colapso nas contas municipais.
O presidente da Câmara, Ednaldo Barros, não mediu palavras ao descrever a situação: "Estamos diante de um cenário preocupante que exige transparência total sobre o que aconteceu com o dinheiro público nos últimos anos".
Convocação histórica no legislativo
Em sessão extraordinária realizada na última semana, os vereadores aprovaram por unanimidade a convocação do ex-prefeito Aluizio Lopes Vidal. O objetivo é esclarecer uma série de irregularidades apontadas no uso dos recursos municipais durante sua gestão, que terminou em 2024.
Os pontos mais críticos que serão questionados incluem:
- Destino dos repasses federais e estaduais
- Pagamento de servidores públicos
- Obras públicas iniciadas e não concluídas
- Contratações emergenciais realizadas
Impacto direto na população
Enquanto as explicações são cobradas no plenário, a população de Uiramutã já sente no dia a dia os efeitos da crise financeira. Serviços essenciais enfrentam dificuldades de manutenção, e há relatos de atrasos em pagamentos a fornecedores que prestam serviços cruciais para o município.
Moradores entrevistados pela reportagem demonstraram preocupação com a situação. "A gente vê a cidade parando aos poucos e quer saber onde foi parar o dinheiro que deveria estar sendo usado em saúde, educação e infraestrutura", desabafou uma comerciante local.
Próximos passos do processo
O ex-prefeito Aluizio Vidal agora tem prazo determinado para comparecer perante os vereadores e apresentar suas explicações. Caso não atenda à convocação, a Câmara Municipal poderá adotar medidas mais enérgicas, incluindo abertura de processos administrativos.
Especialistas em direito administrativo ouvidos pela reportagem destacam que este caso pode servir de exemplo para outros municípios que enfrentam situações similares de crise financeira herdada de gestões anteriores.
A expectativa é que as explicações tragam luz a um dos capítulos mais conturbados da história recente da menor cidade roraimense.
