Câmara de Niterói Revisa Homenagens de Veriador Licenciado: Transparência em Foco
Câmara de Niterói revisa homenagens de vereador licenciado

Eis que a Câmara Municipal de Niterói se vê diante de uma daquelas situações que misturam protocolo, política e — por que não dizer? — uma pitada de constrangimento. O plenário da casa resolveu colocar a lupa sobre algo que, em tese, deveria ser simples: as homenagens concedidas por um parlamentar que nem está exercendo o mandato no momento.

Paulo Bagueira, nome conhecido nos corredores do legislativo niteroiense, está licenciado desde agosto. Mas e as homenagens que ele propôs antes de sair? Pois é, ficaram ali, penduradas no limbo burocrático. Agora os colegas dele terão que decidir o que fazer com esses projetos — e a coisa não é tão simples quanto parece.

O que está em jogo?

Parece burocracia pura, mas a questão tem seus meandros. Dois projetos específicos estão sob análise: um que concede o título de Cidadão de Niterói e outro que batiza um logradouro público. O que fazer com eles? Cancelar? Aprovar? Adiar até o retorno do vereador?

O presidente da Casa, vereador Leonardo Giordano, já adiantou que a questão vai precisar passar pelo crivo da Procuradoria Jurídica. Porque, convenhamos, não é todo dia que se vê uma situação dessas — e ninguém quer criar um precedente complicado.

E o regimento interno?

Aqui mora o verdadeiro desafio. O regimento da Câmara, aquele conjunto de regras que todo mundo cita mas poucos realmente leem na íntegra, não prevê explicitamente esse tipo de situação. É como aquela receita de bóia que não diz o que fazer quando faltam ingredientes.

Os parlamentares agora precisam decidir se mantêm as propostas em análise ou se as arquivam temporariamente. E aí vem a pergunta que não quer calar: vale a pena aprovar homenagens de alguém que não está presente para defendê-las?

O silêncio que fala

Enquanto isso, do lado de fora do plenário, o que se ouve é... bem, quase nada. A assessoria do vereador licenciado preferiu não comentar o assunto. Já a assessoria da Câmara limitou-se a confirmar os fatos, sem dar muitos detalhes sobre os possíveis desdobramentos.

Resta saber como os outros vereadores vão lidar com essa sinuca. Afinal, política municipal tem dessas coisas — hoje é o colega, amanhã pode ser você na mesma situação.

O caso de Bagueira acende um alerta sobre como as casas legislativas lidam com ausências prolongadas de seus membros. Porque homenagens, no fundo, não são apenas papéis — representam reconhecimento, trajetória, história. E histórias, como sabemos, merecem ser tratadas com o cuidado que têm.