Vereador mais votado de Paranapanema tem mandato cassado
O vereador Osmar Gonçalves (PSD), que havia sido o candidato mais votado nas eleições de Paranapanema, no interior de São Paulo, teve seu mandato cassado na última segunda-feira (3). A decisão foi tomada após uma Comissão Processante constatar práticas de improbidade administrativa durante seu exercício no cargo.
Irregularidades que levaram à cassação
De acordo com o documento obtido pela TV TEM, o parlamentar cometeu uma série de atos que causaram prejuízos aos cofres públicos e violaram as condutas esperadas para o cargo. A cassação ocorreu após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela própria Câmara Municipal.
Entre as irregularidades apontadas pela Comissão Processante estão:
- Utilização do expediente funcional para questões voltadas exclusivamente à vereança
- Envio de mensagens de texto e ligações para secretários com cobranças alheias à função de telefonista
- Não atendimento proposital do ramal telefônico do setor
- Permissão da permanência de terceiros por longos períodos no setor
- Ausências durante o expediente para resolver questões particulares
- Alegação de falta de estrutura sem comunicar as irregularidades ao setor competente
- Demonstração de desconhecimento sobre as atribuições da profissão
Votação e reação da defesa
A Câmara de Paranapanema informou que a cassação foi aprovada por 6 votos a 2, destacando que "ao final de cada voto, os vereadores exercem o juízo de valor de forma individual e independente, registrando a opinião de acordo com a convicção".
Em contrapartida, a defesa de Osmar Gonçalves, representada pelo advogado João Adolfo Drummond Freitas, classificou a decisão como uma fraude e anunciou que irá recorrer. "A política tem limites, e a lei é um deles. Já acionamos a polícia para investigar e responsabilizar os envolvidos nos supostos crimes. Também acionamos a Justiça para anular a cassação", afirmou a defesa em nota oficial.
O caso representa um marco na política local de Paranapanema, onde o vereador mais votado nas últimas eleições tem seu mandato interrompido antes do término do período legislativo.