O governador Wanderlei Barbosa, do Republicanos, retomou oficialmente o comando do estado do Tocantins no dia 5 de dezembro de 2025. O ato de reassunção foi publicado no Diário Oficial, marcando o fim de um afastamento de três meses determinado pela Justiça. A decisão judicial que o devolveu ao cargo pôs fim a uma suspensão de 180 dias, que ocorreu durante investigações sobre contratos de cestas básicas.
Reforma imediata no primeiro escalão
Logo no primeiro dia de seu retorno, o governador Wanderlei Barbosa promoveu uma ampla reformulação em seu secretariado. Ele exonerou todos os secretários que haviam sido nomeados por Laurez Moreira (PSD), que assumiu interinamente durante o período de afastamento. A medida abriu caminho para a volta de aliados de confiança a pastas consideradas estratégicas para a administração estadual.
As áreas de Segurança Pública, Fazenda, Educação, Comunicação e o comando da Polícia Militar foram algumas das que receberam novos – e antigos – titulares. A movimentação reflete a intenção do governador de retomar o controle da máquina pública com uma equipe alinhada aos seus projetos.
Os gestores que retornaram aos cargos
A recomposição do secretariado trouxe de volta nomes que já haviam ocupado posições de destaque em diferentes fases da atual gestão. Conheça o perfil de alguns deles:
Bruno Sousa Azevedo – Segurança Pública
Delegado de carreira, Bruno Azevedo reassumiu o comando da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Sua trajetória no cargo foi marcada por idas e vindas: nomeado por Wanderlei em janeiro de 2025, foi exonerado por Laurez Moreira, reconduzido e, posteriormente, exonerado novamente. Com o retorno de Wanderlei, ele foi nomeado mais uma vez para a SSP, substituindo Abizair Paniago, que ficou apenas cinco dias no cargo.
Márcio Anderson Raimundo da Rocha – Comunicação
Márcio Anderson retorna à linha de frente da Secretaria da Comunicação. Ele iniciou sua trajetória na gestão estadual como secretário executivo da pasta no começo do governo, em 2022, e permaneceu na estrutura até setembro de 2025. Durante o interinato de Laurez, foi substituído por Luiza Rocha Pinheiro.
Márcio Antônio Barbosa de Mendonça – Polícia Militar
Coronel da PM, Márcio Antônio reassume o comando-geral da corporação, posição que já ocupou entre agosto de 2022 e setembro de 2025. Durante o afastamento de Wanderlei, ele foi exonerado por Laurez Moreira, que nomeou Cláudio Thomaz Coelho de Souza para o lugar. Além do comando da PM, Márcio Antônio acumulou a chefia da Casa Militar até o início de 2025.
Fábio Pereira Vaz – Educação
Professor e ex-prefeito de Palmeirópolis, Fábio Vaz está de volta à Secretaria da Educação, Juventude e Esportes. Ele conduziu a pasta por quase quatro anos, desde dezembro de 2021, até ser exonerado por Laurez Moreira. Durante o interinato, Hércules Jackson Moreira Santos assumiu o comando da educação tocantinense.
Donizeth Aparecido Silva – Fazenda
Auditor fiscal de carreira, Donizeth Silva reassumiu o comando da Secretaria da Fazenda (Sefaz). Ele já havia atuado como secretário executivo do Tesouro Estadual e assumiu interinamente a Sefaz em agosto de 2024. Durante o afastamento de Wanderlei, deixou o cargo para Jairo Soares Mariano, mas manteve um vínculo honorífico como conselheiro do Sistema de Ensino da PM.
O contexto do afastamento e o caminho de volta
A reassunção de Wanderlei Barbosa é o capítulo final de um período conturbado de três meses. O afastamento de 180 dias foi decretado pela Justiça no contexto de investigações relacionadas a contratos de cestas básicas. Durante esse intervalo, o então vice-governador, Laurez Moreira, assumiu o comando do estado e realizou suas próprias nomeações para o secretariado.
A decisão judicial que permitiu o retorno antecipado de Wanderlei Barbosa ao Palácio do Araguaia reacendeu a disputa política no estado. A exoneração em massa dos secretários nomeados por Laurez e a reposição dos antigos gestores indicam uma tentativa de retomar o projeto de governo de forma célere, buscando retomar a governabilidade com uma equipe de confiança.
O episódio evidencia a instabilidade administrativa que pode ser gerada por decisões judiciais em cargos do Executivo estadual, impactando diretamente a continuidade de políticas públicas e a gestão das áreas mais sensíveis do estado, como segurança e finanças.