Briga de R$ 211 mi: Fifa recorre ao STF sobre patente do spray de árbitros
Fifa no STF por patente milionária de spray de árbitros

Uma disputa judicial milionária envolvendo os direitos de patente do spray utilizado por árbitros da Fifa finalmente chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). O caso, que se arrasta há anos, pode definir o destino de US$ 40 milhões (cerca de R$ 211 milhões na cotação de sexta-feira, 14 de novembro) devidos ao inventor brasileiro Heine Allemagne.

Histórico da controvérsia

De acordo com documentos do processo, a Fifa manteve por anos negociações com Allemagne e sua empresa, a Spuni Comércio de Produtos Esportivos, sobre a aquisição dos direitos do produto. A defesa da Spuni alega que a entidade futebolística desencorajou o inventor a fechar parcerias comerciais com outros interessados, prometendo regularizar a situação patentária.

Uma intensa troca de e-mails entre as partes revela propostas que variaram desde US$ 500.000 oferecidos às vésperas da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, até o valor final de US$ 40 milhões que teria sido acordado posteriormente. No entanto, nenhum desses valores foi efetivamente pago ao criador brasileiro.

O caminho até o Supremo

O inventor mantém a patente do spray em mais de 40 países, com custos anuais de manutenção que chegam a R$ 300.000. Desde o início da batalha judicial, Allemagne afirma ter gasto aproximadamente R$ 2,7 milhões com o processo.

Embora a Fifa tenha recorrido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o órgão concedeu ganho de causa à entidade apenas na definição do índice de correção do eventual pagamento. Agora, no STF, a disputa tem como relator o ministro Gilmar Mendes, que deverá conduzir o que pode ser o capítulo final desta contenda na Justiça brasileira.

Impacto no futebol mundial

O spray se tornou elemento essencial no futebol profissional mundial, utilizado por árbitros para marcar a distância de 9,15 metros da barreira durante cobranças de faltas. Sua implementação representou significativo avanço tecnológico para o esporte, eliminando controvérsias sobre o cumprimento da distância regulamentar.

O produto, desenvolvido pelo brasileiro Heine Allemagne, já foi utilizado em diversas competições internacionais da Fifa, incluindo Copas do Mundo e torneios continentais, consolidando-se como ferramenta indispensável para a arbitragem moderna.

Com o caso agora sob análise do Supremo Tribunal Federal, a comunidade esportiva aguarda ansiosamente o desfecho desta batalha judicial que opõe um inventor nacional à mais poderosa entidade do futebol mundial.