Desembargador de MT é pego em esquema de venda de sentenças e será aposentado compulsoriamente
Desembargador de MT na venda de sentenças será aposentado

Um desembargador de Mato Grosso que estava afastado do cargo por envolvimento em um escândalo de venda de sentenças terá seu destino definido: aposentadoria compulsória por idade. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) nesta quinta-feira (06).

Escândalo que abala o Judiciário mato-grossense

O magistrado estava afastado das suas funções desde que foi alvo de investigação por suposta venda de decisões judiciais. O caso, que vem causando grande repercussão no estado, representa mais um episódio de corrupção no sistema judiciário brasileiro.

De acordo com o TJMT, o desembargador completou 75 anos no último dia 24 de outubro, o que automaticamente triggera o processo de aposentadoria compulsória conforme determina a Constituição Federal.

Processo administrativo continua

Apesar da aposentadoria, o Tribunal deixou claro que o processo administrativo disciplinar contra o desembargador continuará tramitando normalmente. Isso significa que mesmo aposentado, o ex-magistrado poderá ser penalizado se for comprovada sua participação no esquema ilícito.

"O fato de o servidor ou magistrado se aposentar não extingue a responsabilidade por atos praticados durante o exercício funcional", afirmou o TJMT em nota oficial.

Entenda o caso

O desembargador estava afastado preventivamente do cargo desde que as investigações sobre suposta venda de sentenças ganharam força. As acusações sugeriam que o magistrado negociava decisões favoráveis em troca de vantagens financeiras.

Esse tipo de esquemo, conhecido popularmente como "venda de sentenças", mina a credibilidade do Poder Judiciário e representa grave violação aos princípios da imparcialidade e da moralidade administrativa.

Impacto no Judiciário

O caso reforça a necessidade de mecanismos mais eficazes de controle e transparência dentro do sistema judiciário. Para especialistas em direito administrativo, situações como essa destacam a importância da atuação dos órgãos de correição na preservação da integridade da Justiça.

A aposentadoria compulsória por idade é uma determinação constitucional que visa renovar quadros no serviço público, mas não serve como escudo para processos disciplinares em andamento.