O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22) em Brasília, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, constatar a violação da tornozeleira eletrônica que o político usava desde julho deste ano.
Violacao do equipamento de monitoramento
De acordo com a decisão do ministro, o equipamento de monitoramento eletrônico foi violado às 0h08 do dia 22 de novembro de 2025. O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou o ocorrido ao STF, levando Moraes a decretar a prisão preventiva.
Na fundamentação de sua decisão, o ministro afirmou que a violação da tornozeleira representava um indício claro de intenção de fuga por parte do ex-presidente. Moraes destacou que Bolsonaro poderia aproveitar a confusão causada por uma vigília convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, para tentar escapar.
Risco de fuga para embaixadas estrangeiras
O ministro do STF apontou ainda que Bolsonaro poderia buscar refúgio em embaixadas estrangeiras para evitar o cumprimento da pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado. Moraes mencionou especificamente a embaixada dos Estados Unidos, localizada a apenas 13 quilômetros do condomínio onde o ex-presidente residia - distância que pode ser percorrida em aproximadamente 15 minutos de carro.
Além da embaixada americana, o ministro citou informações sobre um suposto plano de fuga para a embaixada da Argentina, onde Bolsonaro pediria asilo político.
Operacao policial e reacoes
A Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão por volta das 6h da manhã, chegando ao condomínio de Bolsonaro com um comboio de pelo menos cinco viaturas. O ex-presidente, que estava em regime domiciliar desde 4 de agosto, foi levado para a Superintendência da PF em Brasília cerca de 20 minutos após a chegada dos agentes.
Segundo aliados do ex-presidente, Bolsonaro estava soluçando, mas sereno no momento da prisão. A defesa do político foi contactada, mas ainda não se manifestou sobre o caso.
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama que estava no Ceará no momento da prisão, reagiu publicando o Salmo 121 em suas redes sociais. Ela criticou a Justiça brasileira, lembrou o atentado sofrido pelo marido em 2018 e afirmou que continuará apoiando Bolsonaro. Michelle informou que retornaria a Brasília ainda no mesmo dia.
A prisão ocorre na reta final do processo sobre a trama golpista, dias antes do término do julgamento e do início do cumprimento da pena imposta ao ex-presidente.