
Numa guinada que pegou até os analistas mais atentos de surpresa, o governo dos Estados Unidos — ainda sob influência trumpista — resolveu meter a colher no vespeiro político brasileiro. E não foi com luvas de pelica.
"Isso cheira a ditadura judicial", disparou um porta-voz da Casa Branca, referindo-se à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O tom era de quem não estava ali para fazer média — e deixou mais de um jurista com a pulga atrás da orelha.
O xadrez geopolítico
Não é todo dia que os EUA resolvem opinar sobre decisões judiciais internas do Brasil. Mas quando resolvem, fazem barulho. A crítica direta ao ministro Alexandre de Moraes soou como um soco no estômago das relações bilaterais.
"Eles basicamente chamaram o STF de ameaça à democracia", analisou um professor de relações internacionais que preferiu não se identificar. "É como se estivessem dizendo: 'Nós é que sabemos o que é democracia de verdade'."
Os dois pesos e duas medidas
Curioso notar que, quando o assunto era Venezuela ou Nicarágua, o mesmo governo americano sempre defendeu a autonomia do Judiciário. Agora, parece ter virado o disco. Será que o fato de Bolsonaro ser um velho aliado tem algo a ver com isso?
Do outro lado do Atlântico, os defensores de Moraes contra-atacaram: "Se fosse um juiz americano prendendo um ex-presidente, estariam aplaudindo de pé". A discussão promete esquentar ainda mais nos próximos dias.
O que está em jogo
- Relações Brasil-EUA em seu momento mais tenso desde 2022
- A credibilidade internacional do STF sob ataque
- O futuro político de Bolsonaro — que ganha um inesperado aliado de peso
- A imagem da democracia brasileira no exterior
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização chegou ao nível máximo. De um lado, os que veem a intervenção americana como intromissão descarada. Do outro, os que celebram o "resgate" internacional do bolsonarismo.
Uma coisa é certa: o tabuleiro geopolítico acabou de ganhar mais uma peça complicada. E o xeque-mate? Bem, esse ainda está longe de ser dado.