
O placar do Supremo está prestes a mudar. E não é pouco. Com a saída anunciada de Luís Roberto Barroso — uma daquelas figuras que realmente marcam época —, o xadrez político-judiciário brasileiro entrou em ebulição. Três nomes, pesados, com currículos que impressionam, emergiram como favoritos. E a disputa promete ser daquelas que aquecem os corredores do poder.
Ora, vamos combinar que substituir Barroso não é tarefa para qualquer um. O homem deixou marcas. E profundas. Então a escolha do sucessor — que deverá ser feita pelo presidente Lula — tem um peso histórico que não passa despercebido por ninguém que entende do riscado.
Quem são os pretendentes ao trono?
Três pesos-pesados. Cada um com seu trunfo, sua base de apoio, sua história. A coisa está tão acirrada que até os mais experientes observadores políticos hesitam em cravar um favorito.
Cármen Lúcia Antunes Rocha
Ah, a ministra Cármen. Uma figura que dispensa apresentações, não é mesmo? Ex-presidente do TSE e atual ministra do STJ, ela carrega nas costas uma trajetória que impressiona até os mais céticos. Seu nome circula com força nos gabinetes — e não é por acaso.
O que pesa a seu favor? Experiência institucional de sobra e um conhecimento aprofundado do direito eleitoral que faria falta em qualquer corte. Mas será que isso basta?
Luiz Edson Fachin
Fachin é daqueles que não precisam fazer muito barulho para serem notados. Já está no Supremo, é claro, mas a mudança para a vaga de Barroso representaria um reposicionamento estratégico importante. Alguém duvida de sua capacidade?
Seu histórico em casos sensíveis — especialmente aqueles que mexeram com as estruturas do poder — lhe conferiu um capital político considerável. E num tribunal onde as relações pessoais contam tanto quanto os argumentos jurídicos, isso vale ouro.
Dias Toffoli
Toffoli é outro que já conhece os segredos do STF como a palma da própria mão. Ex-presidente da corte, sua rede de influências se estende por todos os cantos de Brasília. E convenhamos: nesse jogo, ter amigos nos lugares certos nunca fez mal a ninguém.
Seu estilo mais conciliador — em contraste com a postura por vezes combativa de Barroso — poderia representar uma mudança de ares interessante para o tribunal. Mas será que é isso que o governo quer?
E o fator Lula?
O presidente tem a caneta. E todos sabem que essa decisão vai muito além do mérito jurídico. É política, com P maiúsculo. Cada um desses nomes carrega bagagens diferentes, alinhamentos distintos, visões de mundo que podem — ou não — convergir com os projetos do Planalto.
O que se comenta nos bastidores? Que Lula prefere alguém com perfil mais técnico, menos exposto nas brigas políticas do dia a dia. Mas, entre nós, em Brasília essa linha entre direito e política é mais tênue do que parece.
O timing também é crucial. Com eleições municipais no horizonte, ter um ministro com expertise eleitoral no STF pode fazer toda a diferença. Algo que certamente não escapa à estratégia do Palácio do Planalto.
E agora?
Enquanto a especulação corre solta, uma coisa é certa: o futuro do Supremo está em jogo. A escolha do sucessor de Barroso vai moldar os rumos da corte pelos próximos anos — e talvez décadas.
Restam as perguntas que não querem calar: quem levará a melhor? Será uma surpresa ou seguirá o roteiro que todos anteveem? O certo é que, nos próximos capítulos dessa novela, não vai faltar drama.