Briga no STF: Ministros travam campanha contra indicado de Pacheco para vaga de Barroso
STF: Ministros contra indicado de Pacheco para vaga

O placar do Supremo Tribunal Federal está longe de ser tranquilo. Muito longe. Enquanto a aposentadoria do ministro Luiz Roberto Barroso se aproxima — ele deixa a corte em 2031, mas a disputa pela vaga já esquenta —, um verdadeiro cabo de guerra político-jurídico toma conta dos corredores da mais alta corte do país.

André Mendonça, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e atual advogado-geral da União, surge como o nome forte. O preferido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Mas cá entre nós: a recepção entre os atuais ministros do STF está sendo tudo menos calorosa.

O jogo de bastidores que ninguém vê

Parece que temos uma situação curiosa: Pacheco empurra Mendonça com unhas e dentes, mas vários togados fazem cara feia. E não é pouco. A resistência é tão organizada que já se pode chamar de campanha — discreta, é claro, mas efetiva.

O que está por trás disso? Bem, as razões são várias e complexas. Alguns ministros temem que a indicação seja excessivamente política, outros questionam o perfil jurídico. Tem ainda quem ache que Mendonça traria um viés ideológico muito marcado para o plenário.

Não é segredo para ninguém que o STF vive momentos de tensão com outros poderes. A nomeação de um ministro nunca é apenas técnica — sempre carrega um peso político enorme. E desta vez, a coisa parece ainda mais sensível.

Os números não mentem

Pacheco tem o poder de indicar, mas precisa de sabedoria para escolher um nome que tenha aceitação. Do contrário, o governo pode enfrentar meses — quiçá anos — de atritos desnecessários com o Judiciário.

É aquela velha história: quando a política entra pela porta do tribunal, o direito às vezes sai pela janela. E todos sabemos que o STF brasileiro já tem politicagem suficiente para abastecer uma pequena república.

O timing não poderia ser pior. Com as eleições municipais no horizonte e o Congresso mais fragmentado que nunca, a nomeação de um novo ministro do Supremo seria como jogar gasolina numa fogueira já acesa.

E o que dizem os envolvidos?

Publicamente, todos se mantêm no tradicional "não comento indicações". Nos bastidores, porém, a conversa é outra. Os grupos se formam, as alianças se testam, os cálculos políticos são refeitos a cada hora.

Mendonça, por sua vez, mantém o silêncio estratégico. Sabe que qualquer declaração pode ser usada contra ele. Mas será que o muro do silêncio é suficiente para conter a maré de resistência que se forma entre os atuais membros da corte?

Difícil dizer. O que se sabe é que essa história está longe do capítulo final. E como tudo no Brasil, provavelmente teremos reviravoltas dramáticas antes da indicação ser formalizada.

Enquanto isso, Brasília respira política 24 horas por dia. Os cafés nos gabinetes do STF estão mais quentes que o normal, os sussurros nos corredores mais intensos. Algo grande está por vir — e ninguém quer ser pego desprevenido.