
O cenário político de Belford Roxo virou de cabeça para baixo nesta segunda-feira. Num movimento que pegou muitos de surpresa - embora alguns já esperassem por isso - o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, simplesmente tirou o presidente da Câmara Municipal, Jorge Célio, do cargo. E não parou por aí.
A decisão, que tem cheiro de terra arrasada, também congelou a eleição para a mesa diretora que estava marcada para esta terça-feira. Parece que a coisa estava feia mesmo por lá.
O que levou a essa intervenção drástica?
O estopim foi uma denúncia pesada do Ministério Público do Rio de Janeiro. Segundo os promotores, a tal eleição da mesa diretora estava sendo conduzida de forma, digamos, bastante criativa - para não usar outro termo. As acusações incluem desde manipulação de votos até aquela velha prática de tentar calar a oposição.
Barroso não usou meias palavras. Na decisão, ele deixou claro que as manobras em curso ameaçavam "o regular exercício da função legislativa e o próprio Estado Democrático de Direito". Quando um ministro do STF fala assim, é porque a situação chegou num ponto crítico.
E agora, como fica a Câmara?
Com Jorge Célio afastado, quem assume temporariamente é o vice-presidente da Casa, Carlos Alberto. Mas é um respiro curto - a situação toda ainda está longe de ser resolvida.
O ministro estabeleceu um prazo de cinco dias para que a Câmara se manifeste sobre as acusações. Enquanto isso, a eleição da nova mesa diretora fica no limbo, suspensa até segunda ordem.
O que me impressiona é a velocidade com que o STF agiu. Normalmente esses processos se arrastam por meses, mas desta vez foi diferente. Será que estamos vendo um novo padrão de atuação do Judiciário em casos de supostas irregularidades políticas?
Enquanto isso, em Belford Roxo, o clima é de expectativa. Vereadores, assessores, funcionários - todos aguardam os próximos capítulos desse drama político que, convenhamos, parece mais com roteiro de série de streaming do que com o dia a dia da administração pública.
Resta saber se essa intervenção será suficiente para colocar a casa em ordem ou se é apenas o primeiro ato de uma crise mais prolongada. Uma coisa é certa: os holofotes agora estão firmemente apontados para a Baixada Fluminense.