STF acelera processo de Bolsonaro e 3 dilemas pressionam a direita
STF acelera processo final de Bolsonaro na política

O Supremo Tribunal Federal entrou na reta final do processo criminal contra Jair Bolsonaro, criando um cenário de tensão no campo político da direita brasileira. A análise do cientista político Rafael Cortez, apresentada no programa Ponto de Vista desta segunda-feira, 17 de novembro de 2025, aponta que o tribunal está prestes a tomar uma decisão crucial que pode culminar na prisão do ex-presidente.

Fase decisiva do processo no STF

Segundo a análise de Cortez, a publicação da ata do julgamento no Supremo Tribunal Federal marca o encerramento da fase decisiva dos recursos. O tribunal está agora preparado para a etapa que pode resultar na prisão de Bolsonaro, deixando a defesa com poucas alternativas jurídicas significativas.

O especialista explica que, daqui para frente, restam apenas detalhes no plano jurídico. A defesa ainda apresentará novos recursos, o STF responderá a cada um deles e, quando se esgotarem as possibilidades internas, os advogados tentarão recorrer a organismos internacionais. Contudo, nenhuma dessas ações tem potencial real para impedir a conclusão do processo no Brasil.

Os três dilemas que pressionam a direita

Rafael Cortez identificou três elementos fundamentais que tensionam o campo conservador nesta semana decisiva. O julgamento de Bolsonaro avança rapidamente, enquanto o processo contra Eduardo Bolsonaro ganha força após o voto da ministra Cármen Lúcia que o tornou réu por coação no curso do processo envolvendo o pai.

O terceiro elemento de pressão é a votação do projeto de lei antifacção na Câmara dos Deputados. Esta combinação de fatores obriga a direita a tomar decisões mais rápidas e estratégicas sobre as eleições de 2026.

O vácuo de liderança e o futuro político

Um dos aspectos mais preocupantes para a direita, segundo a análise, é a chamada polarização torta. Existem dois polos políticos no país, mas um deles - o bolsonarismo - não tem seu líder com direitos políticos plenos. Este vácuo de liderança ainda não foi ocupado por nenhum nome, criando incertezas sobre o futuro eleitoral.

O xadrez político da direita mistura projetos partidários e disputas familiares. Eduardo Bolsonaro, que se coloca como pré-candidato, enfrenta obstáculos jurídicos crescentes. Diante deste cenário, aumenta a especulação sobre Flávio Bolsonaro assumir o papel de nome viável para 2026.

A questão central, na visão de Cortez, é como Jair Bolsonaro reagirá caso seja enviado para o regime fechado. Sua decisão poderá definir o futuro da direita brasileira e talvez o resultado da próxima eleição presidencial. O ex-presidente terá que escolher entre apoiar um nome que garanta resultados eleitorais ou alguém que preserve seu legado político, mesmo que não seja o mais competitivo.

O impacto político já está definido: o país se prepara para a manchete de que um ex-presidente foi para a prisão. As repercussões desta decisão serão inevitáveis e transformarão o cenário político nacional nos próximos meses.