Senado reage a veto de Lula a Pacheco no STF e cancela votações
Senado cancela votações após veto de Lula a Pacheco

O Senado brasileiro reagiu rapidamente após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informar que não indicaria Rodrigo Pacheco para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Menos de 24 horas depois do anúncio, a Casa legislativa cancelou votações importantes para o governo federal.

Reação Imediata do Senado

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado teve sua reunião cancelada abruptamente na terça-feira, 18 de novembro de 2025. A sessão seria destinada à votação de um projeto considerado prioritário pelo Palácio do Planalto: o aumento da tributação sobre empresas de apostas eletrônicas (bets) e fintechs.

O projeto estava marcado para apreciação em caráter terminativo, o que significa que poderia ser aprovado definitivamente sem necessidade de passar pelo plenário. A medida representa um duro golpe para os planos do governo de aumentar a arrecadação através desses setores em crescimento.

O Conflito pela Vaga no STF

Enquanto o presidente Lula sinalizava a intenção de indicar Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), para a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no STF, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, trabalhava ativamente pela candidatura de Rodrigo Pacheco.

Pacheco contava com amplo apoio da maioria dos senadores, tornando a decisão de Lula particularmente sensível no contexto político. A negativa em atender ao pleito de Alcolumbre contribuiu significativamente para o tensionamento entre o Executivo e o Senado.

Impacto nas Relações Institucionais

De acordo com parlamentares ouvidos pelo Radar, as relações entre o governo e o Senado devem ficar mais difíceis nos próximos dias. Embora as fontes afirmem que ainda não se chegou ao ponto de "acabou o amor", o clima ficou visivelmente mais tenso.

O cancelamento das votações na CAE e no plenário representa uma clara demonstração de força do Senado, que mostra não estar disposto a cooperar plenamente enquanto suas preferências não forem consideradas pelo Planalto em decisões estratégicas como a indicação para o Supremo.

Este episódio marca mais um capítulo na complexa relação entre os Poderes e deve influenciar diretamente a tramitação de projetos do governo no Congresso Nacional nos próximos meses.