O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal (PF) a interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é esclarecer a origem de diversos bens encontrados dentro de dois cofres no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Descoberta dos itens e pedido da PF
A descoberta dos objetos ocorreu em junho deste ano, após a própria Presidência da República acionar a PF no dia 25 daquele mês. Durante a vistoria, os investigadores encontraram, dentro dos cofres, uma série de bens que estavam junto a documentos pessoais de Bolsonaro.
A PF formalizou um pedido ao STF argumentando que, "tendo em vista terem sido encontrados documentos pessoais de JAIR MESSIAS BOLSONARO, junto a outros bens", era necessária a oitiva do ex-presidente. A autoridade policial solicitou que o interrogatório ocorresse na Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, local onde Bolsonaro atualmente se encontra custodiado.
Data e local do interrogatório
Com a autorização concedida por Alexandre de Moraes, o interrogatório de Jair Bolsonaro pelo caso dos cofres do Alvorada já tem data e horário marcados. A oitiva está agendada para o dia 30 de dezembro, devendo ocorrer entre 9h e 11h da manhã.
O ex-presidente será questionado diretamente pelos agentes da Polícia Federal sobre as circunstâncias e a procedência dos itens localizados na residência oficial.
Contexto e possíveis desdobramentos
Este novo capítulo investigativo integra um inquérito mais amplo que tramita no STF e que tem o potencial de levar o ex-presidente a enfrentar condenação e prisão. A autorização para o interrogatório representa um avanço significativo nas apurações sobre o conteúdo dos cofres.
A decisão de Moraes atende a uma necessidade investigativa da PF, que busca entender a natureza e a origem dos bens apreendidos, traçando possíveis links com outros fatos sob análise pela Justiça. O caso reforça o escrutínio judicial sobre atos do ex-presidente e seu entorno durante e após o mandato.
Os próximos passos dependerão dos esclarecimentos prestados por Bolsonaro e das conclusões que a PF tirar do interrogatório, podendo gerar novos pedidos de diligência ou mesmo a formulação de denúncia pelo Ministério Público Federal.