O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) preste esclarecimentos sobre o uso de celular durante visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar terá 24 horas para explicar a situação através de seus advogados.
Visita sob vigilância
O encontro entre Bolsonaro e Nikolas Ferreira ocorreu na residência do ex-presidente pouco antes de sua prisão preventiva, determinada pelo próprio ministro Alexandre de Moraes no último sábado, 22 de novembro de 2025. Na época, Bolsonaro estava expressamente proibido de utilizar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
De acordo com o ministro, uma reportagem exibida no Jornal Nacional mostrou os dois conversando na área externa da casa enquanto o deputado federal utilizava um telefone celular. A visita havia sido autorizada previamente, mas o uso do aparelho chamou a atenção da Justiça.
Determinação do relator
Em sua decisão, Alexandre de Moraes citou trechos da reportagem televisiva: "Durante a visita autorizada, o réu e o visitante foram vistos conversando na área externa da casa, nos fundos da casa, enquanto o Deputado Federal usava o celular", afirmou o ministro em seu despacho.
A medida representa mais um capítulo no rigoroso controle judicial estabelecido sobre as atividades de Bolsonaro, que inclui a restrição ao uso de redes sociais e outras formas de comunicação pública. O não cumprimento das determinações pode resultar em novas medidas judiciais contra ambos os envolvidos.
Contexto das restrições
As proibições impostas ao ex-presidente fazem parte das condições estabelecidas pelo STF em processos que tramitam sob a relatoria de Moraes. A proibição de usar redes sociais se estende também a intermediários, visando coibir tentativas de burlar as decisões judiciais.
O episódio ocorre em meio a outros desenvolvimentos políticos, incluindo a revelação de que o general Augusto Arantes da Silveira Heleno, também condenado a 21 anos de prisão em regime inicial fechado, informou ao Exército que foi diagnosticado com Alzheimer em 2018, ao investigar episódios de perda de memória.
O caso do uso do celular durante a visita a Bolsonaro deverá ser esclarecido nos próximos dias, com o cumprimento do prazo estabelecido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal.