
O clima no Supremo Tribunal Federal (STF) está longe de ser tranquilo. Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes — aquele mesmo que virou "persona non grata" nos grupos bolsonaristas — deu um ultimato ao advogado Cristiano Zanin. O pedido? Uma data concreta para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, envolvido na investigação sobre uma suposta articulação golpista pós-eleições de 2022.
E olha que a coisa não é brincadeira. Segundo fontes próximas ao caso, Moraes quer evitar que o processo "vire pó nos arquivos do STF" — como já aconteceu com tantos outros. O recado foi dado em um ofício lacônico, mas cheio de significados políticos.
O Que Está em Jogo?
Detalhes vazados indicam que a investigação mira:
- Reuniões suspeitas no Palácio da Alvorada após a derrota eleitoral
- Possíveis articulações para desacreditar o sistema de votação
- Indícios de um plano B para permanecer no poder
Não é de hoje que esse caso dá dor de cabeça. Zanin — o mesmo que defendeu Lula na Lava Jato — agora tem a missão hercúlea de convencer o STF de que Bolsonaro agiu dentro da legalidade. Difícil, né?
Timing Político
Curiosamente, a cobrança de Moraes coincide com:
- O aumento da pressão popular por respostas
- As recentes delações premiadas de militares envolvidos
- O aniversário de um ano da posse de Lula
Não dá para ignorar o simbolismo. Especialistas em Direito Constitucional ouvidos pela reportagem divergem: enquanto alguns veem "excesso de zelo", outros apostam que o ministro quer "fechar essa caixa de Pandora antes que novos fantasmas escapem".
Uma coisa é certa — o Brasil pode estar a semanas de um dos julgamentos mais explosivos desde o impeachment de Dilma. E o STF, entre a cruz e a espada, terá que decidir se corta o mal pela raiz ou deixa a ferida supurar.