Moraes Acusa Eduardo Bolsonaro de Manobra para Travar Julgamento do Pai no STF | Radar Político
Moraes: Eduardo Bolsonaro tenta travar julgamento do pai no STF

E aí, sacaram a jogada? O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tá vendo uma manobra – e das boas – articulada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. A alegação? Que o filho do ex-presidente entrou com uma ação que, nas entrelinhas, mira num objetivo claro: emperrar, atrasar, ou quem sabe até invalidar o julgamento do pai perante a corte.

Não é de hoje que o clima entre os Bolsonaro e o STF é mais tenso que elástico esticado ao máximo. Mas dessa vez, segundo fontes próximas ao ministro, a movimentação tem cheiro de estratégia premeditada. Moraes não só enxergou a ação como uma tentativa de interferência no ritmo dos processos, mas também como um possível desrespeito à autonomia do Judiciário.

Imagina o cenário: de um lado, um ministro do Supremo que já mostrou não ter papas na língua para enfrentar o que chama de “ataques antidemocráticos”. De outro, um parlamentar que herdou não só o nome, mas também a veia combativa da família. E no meio: processos gravíssimos que podem definir não só o futuro de Bolsonaro, mas parte do jogo político nacional.

Mas o que diz a ação, afinal?

Embora os detalhes técnicos ainda estejam sob análise, a percepção de Moraes é de que o recurso apresentado por Eduardo Bolsonaro pode servir como cortina de fumaça. Ou pior: como um cavalo de troia jurídico. A ideia – suspeita-se – não é debater mérito, mas sim ganhar tempo e criar embaraços processuais.

Não é a primeira vez que o ministro aponta esse tipo de estratégia. Moraes já deixou claro em outras ocasiões que enxerga padrões no chamado “lawfare” bolsonarista – uso de instrumentos legais para fins políticos. E dessa vez, parece que a paciência dele está ainda mais curta.

O que está em jogo aqui vai além de um único processo. É a credibilidade da Justiça, o tempo do STF e, claro, a imagem de um ex-presidente que ainda mobiliza paixões e ódios como poucos. Se a manobra for bem-sucedida, pode criar um precedente perigoso. Se barrada, acirra ainda mais os ânimos de quem já se sente perseguido.

O certo é que o Brasil segue de olho. E o Supremo também.