Jorge Messias enfrenta resistência no Senado com Moro e Alcolumbre contra
Messias enfrenta oposição de Moro no Senado

O advogado-geral da União, Jorge Messias, enfrenta um cenário desafiador em sua busca por confirmação como ministro do Supremo Tribunal Federal. O petista identificou votos que considera praticamente impossíveis de conquistar no Senado, incluindo o do senador Sergio Moro, seu antigo adversário nos tempos da Operação Lava-Jato.

Os votos perdidos de Messias

Jorge Messias elaborou uma lista dos senadores que provavelmente votarão contra sua indicação ao STF. Além do conhecido posicionamento contrário do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o advogado-geral já conta como perdido o voto de Sergio Moro, ex-juiz da Lava-Jato e atual senador pelo União Brasil-PR.

O histórico entre Messias e Moro remonta a 2016, quando um grampo autorizado pelo então juiz revelou que a então presidente Dilma Rousseff havia preparado um termo de posse para Lula assumir a Casa Civil. Na época, Jorge Messias foi identificado como o portador do documento, episódio que projetou seu nome nacionalmente.

Tentativas de reconciliação fracassadas

Recentemente, Messias revelou a interlocutores que havia "perdoado" Moro pela divulgação da conversa telefônica entre Lula e Dilma. O advogado-geral chegou a anunciar que pretendia procurar o atual senador para tentar angariar seu apoio, afirmando que "não sou indicado para procurar senador de oposição, de governo ou de centro".

Porém, as movimentações recentes de Moro praticamente enterraram qualquer possibilidade de reconciliação. O senador fez uma publicação em redes sociais criticando Messias por ter emitido um parecer endossando o procedimento de assistolia fetal, recomendado pela Organização Mundial da Saúde quando a gestação é interrompida acima de 20 semanas.

Moro foi taxativo: "Ou se é a favor da vida ou se é a favor da morte", escreveu o parlamentar, referindo-se a uma ação judicial apresentada pelo PSOL ao STF.

Panorama desfavorável no Senado

Além de Alcolumbre e Moro, a contabilidade de Jorge Messias indica que ele também não conta com o eventual apoio do senador Flávio Bolsonaro. A maior parte do PL já demonstrou oposição à indicação feita pelo presidente Lula.

O cenário preocupa o Palácio do Planalto, especialmente porque desde 1894 nenhum indicado para o cargo de juiz do Supremo Tribunal Federal foi rejeitado pelo Senado. Com o diagnóstico de que "a cabeça está a prêmio", Messias deve se reunir com Lula nos próximos dias para traçar uma estratégia que garanta sua aprovação.

Entre as demandas do advogado-geral está o pedido por um "rito justo", um pacote que inclui tanto tempo hábil para cabalar votos quanto o compromisso do presidente do Senado em parar de boicotar suas chances de chegar à Corte.

Messias confessou a interlocutores que nunca teve ilusões sobre a facilidade do caminho. Sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça está marcada para o próximo dia 10 de dezembro, com votação no Plenário do Senado subsequente.